domingo, 10 de agosto de 2008

Moinho histórico volta à actividade


Fonte:Jornal Notícias

Cochadas vai recuar amanhã no tempo, para recuperar a mó de um dos muitos moinhos que trabalhavam na meia dúzia de valas que circundam a povoação. A recuperação custou 90 mil euros à Câmara de Cantanhede.

É num clima de festa, em honra de Nossa Senhora do Rosário, e de alguma emoção para a população mais idosa de Cochadas, no concelho de Cantanhede, - nomeadamente para Manuel Veríssimo, o septuagenário que fez girar a azenha nos últimos anos em que esta trabalhou - que o moinho de água da localidade é amanhã devolvido oficialmente à população, numa cerimónia marcada para as 13 horas.

Segundo explicou ao JN, o presidente da Câmara, João Moura, a intervenção "pretendeu preservar o inestimável valor patrimonial dos moinhos tradicionais do concelho enquanto elementos representativos da história económica e social e autênticos guardiães de vivências e práticas antigas".

Euclides Veríssimo, membro da direcção do Centro Popular dos Trabalhadores das Cochadas, associação proprietária do moinho e que ficará encarregue da sua dinamização, promete um ambiente, que inclui a matança do porco, e o recriar do frenesim de uma actividade que, no passado, era a principal da terra.

"Tínhamos mais de 20 moinhos em volta da aldeia, nas seis ou sete valas que por aqui passam, e moía-se muito milho e algum trigo, até de outras freguesias que não tinham a abundância de água", recordou aquele dirigente ao JN.

O moinho agora recuperado integra um núcleo onde existem ruínas de outros dois, terá objectivos essencialmente pedagógicos dirigidos à população escolar. "Ali podem ser dadas autênticas lições da história e de tradições locais, mas também demonstrações práticas de princípios básicos de ciência, física e matemática (noção de força, trabalho, potência, funcionamento de máquinas com roldanas e alavancas, aproveitamento eólico", explica o presidente da Câmara de Cantanhede.

A intervenção, que ascendeu aos 90 mil euros, além da reabilitação do moinho e dos mecanismos, incluiu a recuperação de antigos instrumentos de moagem, que ficam em exposição, a criação de uma zona de lazer, com mesas e cadeira e uma pérgola que une os dois moinhos, bem como a limpeza da vala, para assegurar a força motriz que acciona o moinho, cujas margens foram reabilitadas com pedra calcária.

4 comentários:

Carlos Rebola disse...

Este apoio da Câmara Municipal de Cantanhede à preservação da memória colectiva das Cochadas e região, através da restauração dum moinho que neste caso me parece ser uma “azenha” é de louvar porque é uma boa iniciativa cultural com valor pedagógico para a nossa juventude e para adultos também, que dá a possibilidade de na prática ver o funcionamento do moinho a produzir farinha e também ficar a conhecer tudo o que estava associado a esta actividade do moleiro (a).
Só um pequeno reparo que me parece confuso, diz-se que a força motriz do moinho é fornecida através de energia eólica, a foto assim o documenta, mas na notícia fala-se em valas de água, o que me induz a pensar que o moinho é movido a energia cinética da água ou energia hidráulica e seria mais conhecido por “azenha”.
Seja como for, a recuperação do moinho ou azenha merece parabéns aos intervenientes.
Um abraço
Carlos Rebola

José Vieira disse...

caro amigo a imagem que está no blog não corresponde á verdadeira. Espero brevemente lá ir fotografar.
Um abraço.

Vítor Ramalho disse...

Para que não digam que passamos a vida a criticar, fica registada a nossa “menção honrosa” ao serviço prestado pelo município.

Manel disse...

"... funcionamento de máquinas com roldanas e alavancas, aproveitamento eólico", explica o presidente da Câmara de Cantanhede.
....."
Não há confusão, caro Rebola.
É o presidente que diz e explica.