sábado, 16 de agosto de 2008

Festival do leitão dos Covões

Fonte: Diário de Coimbra

Festival começa hoje naquela freguesia do concelho de Cantanhede
Nasceu da vontade expressa de promover uma marca de referência da freguesia. Falamos do Festival do Leitão dos Covões, que hoje começa naquela freguesia. Uma freguesia que ganhou nome, de Norte a Sul do país, pela qualidade ímpar do seu leitão assado e pela excelência dos seus assadores. Razões que levaram a Sociedade Filarmónica dos Covões a pensar na realização de uma iniciativa centrada no leitão assado, que fosse um espaço para saborear este pitéu e também uma forma de chamar edar a conhecer ainda mais o bom sabor do leitão, para além de promover a freguesia e os seus valores e tradições.
Da conjugação de todos estes factores surgiu, há dois anos, a primeira edição do Festival do Leitão dos Covões. O êxito não podia ser maior e, de então para cá, o festival é uma realidade, com data aprazada para o mês de Agosto. Trata-se de uma altura do ano especial para a freguesia, uma vez que, sublinha o presidente da Junta de Freguesia, se trata de uma época «em que temos de regresso à freguesia muitos dos nossos emigrantes». Cílio Santos refere, em particular, os muitos filhos da terra que se encontram nos Estados Unidos da América, mas também noutros países e, ainda, dispersos por várias regiões do país. Trata-se, pois, de dar um toque especial à recepção desses emigrantes, e também dos muitos forasteiros, colocando o bom leitão sobre a mesa.
Mas se os emigrantes constituem uma fatia significativa dos apreciadores que se deslocam ao festival, não faltam forasteiros e visitantes vindos de todos os cantos do país. Paulo Oliveira, presidente da assembleia-geral da Sociedade Filarmónica dos Covões, responsável pela organização do certame, afirma que é comum surgirem apreciadores do Algarve, de Lisboa, Braga, e Leiria, para já não falar nos habitantes da região.
O festival começa, por tradição, no dia 15 de Agosto. Feriado nacional, é também o ponto de referência para o “pontapé de saída” do evento, que decorre no pavilhão gimnodesportivo dos Covões. A tradição “manda” ainda que o festival se prolongue até ao fim-de-semana imediatamente a seguir, o que significa que, por razões de calendário, este ano fica limitado a três dias, sexta-feira, sábado e domingo.
Mas a limitação de dias – que contrasta com os seis ou sete do ano passado – em nada preocupa a organização. Bem pelo contrário. Paulo Oliveira acredita que o número de apreciadores rondará os cinco mil, precisamente o número que a logística do ano passado registou.
O leitão assado é o soberano indiscutível do festival, com a qualidade garantida pela ciência de um grupo de assadores que, nos fornos tradicionais, hoje em dia já certificados, vão garantir que o genuíno leitão dos Covões vai satisfazer os mais exigentes apetites. Mas, de acordo com Paulo Oliveira, a ementa não se fica por aqui, antes abarca um leque variado de possibilidades, tendo sempre, todavia, como ingrediente fundamental o leitão. Assim, vão haver cabidela de leitão, feijoada de leitão, rancho de leitão (confeccionado com leitão, claro está, grão de bico e massa), bola de leitão, rissóis de leitão e coquetes de leitão.
Paulo Oliveira está convencido, todavia, que, apesar desta variedade, «80 por cento dos visitante opta pelo leitão assado», a “versão” mais conhecida e, também, a mais afamada nos Covões. Acima de tudo, aquele responsável da organização coloca a pedra de toque do certame «na qualidade, muito mais do que na quantidade». «Queremos prestar um serviço irrepreensível», de forma «que as pessoas possam apreciar o leitão dos Covões e perceber que ele é, efectivamente, uma referência», adianta Paulo Oliveira.

Programa
de animação
constante e
diversificado

A festa não se faz sem música e, por isso mesmo, a organização acautelou a presença de vários artistas, de forma a garantir um programa diversificado. Tiago Hipólito, um músico da freguesia, vai manter o ritmo da música ao longo de praticamente todo o certame, fazendo a sua estreia hoje às 19h00, altura em que abre o festival. Para as 21h30, está marcada a actuação do rancho folclórico Os Bairradinos de Orentã. E, a terminar a noite, actua a Filarmónica dos Covões.
Amanhã, Tiago Hipólito abre “as hostilidades” e às 21h30 actua o grupo Etnográfico de Corticeiro de Cima. A noite termina com fado, com Carolina Pessoa e Nuno Sérgio.
O almoço de domingo conta com a presença do grupo musical Leal Musicarte e a partir das 19h00, altura em que começam a ser servidos os jantares, ouvem-se os acordes de Tiago Hipólito. Pelas 21h30 actua o grupo Gandareia e às 22h30 ouve-se a voz do fado, com Cristina Cruz, um cantora exímia de fado de Coimbra.

Fernando Mendes é o convidado
de honra

A edição deste ano comporta algumas novidades, a principal das quais será a presença do actor Fernando Mendes. O conhecido apresentador do “Preço Certo” é um aficionado confesso da boa mesa e um amante indefectível de leitão assado. Daí o convite que a organização lhe lançou, no sentido de estar presente no festival. A resposta não se fez tardar, e Fernando Mendes vai estar presente no certame, domingo à hora de almoço.
Um facto que constitui dupla novidade, não apenas pela presença de uma personalidade do mundo do espectáculo, mas também por, pela primeira vez, serem servidos almoços. Isto porque o festival tradicionalmente só funciona a partir das 19h00, servindo apenas jantares. Um figurino que se mantém este ano, com a excepção no domingo.
Novidade é, também, o facto do pavilhão gimnodesportivo acolher uma mini-mostra do que são as principais feiras do concelho. Paulo Oliveira explica que o festival vai apresentar uma pequena «réplica das feiras temáticas de Vilamar, Cadima, Ançã e Cordinhã». De fora deste circuito fica apenas, «por razões óbvias, a Expofacic». Assim, o festival vai contemplar um espaço onde marcam presença dos tremoços de Cadima, o vinho da Cordinha, o ouro de Vilamar e também o bolo de Ançã. Uma forma de, centrando as atenções no leitão dos Covões, dar, também, a conhecer os produtos mais típicos e característicos das freguesias vizinhas.

Manuela Ventura

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