sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Professores em manifestação em Coimbra

Homenagem ao professor

Orgulho Docente







A Ministra

Um amigo lembrou com sabedoria este belo poema de Bocage

Baixa, de olhos ruins, amarelenta,
Usando só de raiva e de impostura,
Triste de facha, o mesmo de figura,
Um mar de fel, malvada e quezilenta ;

Arzinho confrangido que atormenta,
Sempre infeliz e de má catadura,
Mui perto de perder a compostura,
É cruel, mentirosa e rabugenta.

Rosto fechado, o gesto de fuinha,
Voz de lamento e ar de coitadinha,
Com pinta de raposa assustadinha,
É só veneno, a ditadorazinha.

Se não sabes quem é, dou-te uma pista:
Prepotente, mui gélida e sinistra,
Amarga, matreira e intriguista,
Abusa do poder... e é MINISTRA.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

4 de Dezembro - Dia internacional da pessoa com Deficiência


No dia 4 de Dezembro, para assinalar Dia Internacional da Pessoa com Deficiência


Palestra sobre A Pessoa com Deficiência - Uma Causa Comum, na Biblioteca Municipal de Cantanhede
A Pessoa com Deficiência – Uma Causa Comum é o tema da palestra promovida pelo Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro - Rovisco Pais, em parceria com o Município de Cantanhede, para assinar o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, em 4 de Dezembro.
A iniciativa tem como objectivos relembrar os direitos das pessoas com deficiência consignados na lei e sensibilizar a população para esta problemática, nomeadamente para as dificuldades que os cidadãos afectados por limitações de ordem física e as suas famílias enfrentam.
O Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro – Rovisco Pais é uma unidade especializada de nível central, com internamento, ambulatório e hospital de dia, destinado à prestação de cuidados diferenciados de Medicina Física e Reabilitação em todas as suas áreas de intervenção, nomeadamente nas situações que, pela sua natureza e/ou complexidade (e apresentando potencial de reabilitação) necessitam de tempos prolongados de tratamento e maior investimento técnico-profissional. Com uma actividade pautada por critérios de excelência, integra as áreas médica assistencial, preventiva, diagnóstica e terapêutica, bio-engenharia, investigação e ensino.

PROGRAMA
- PERSPECTIVA HISTÓRICA DA EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE DEFICIÊNCIAEnfermeira Cristina Santos, Licenciada em Enfermagem, a exercer funções na Unidade de Lesões Vertebro Medulares do CMRRC – Rovisco Pais
- PROCESSO DE ADAPTAÇÃO À DEFICIÊNCIADr.ª Ana Garret, Psicóloga, Doutoranda em Psicologia Clínica, Bolseira de Investigação Científica Pela Fundação Para a Ciência e a Tecnologia Faculdade de Ciências Humanas e Sociais – Universidade Fernando Pessoa
- ABORDAGEM CLÍNICA À PESSOA COM DEFICIÊNCIADr.ª Paula Amorim, Licenciada em Medicina, com especialização em Medicina Física e Reabilitação, a exercer funções no CMRRC – Rovisco Pais
- SUPORTE SOCIAL DA PESSOA COM DEFICIÊNCIADr.ª Marília Campos, Licenciada em Serviço Social, a exercer funções no CMRRC – Rovisco Pais
- TESTEMUNHOEng.º Nelson Oliveira, Engenheiro Mecânico, lesionado medular – paraplégico e Utente do CMRRC – Rovisco Pais
O número de pessoas com deficiência é elevado e continua a aumentar a nível mundial. As causas e as consequências desta situação diferem de acordo com as regiões, em função da sua situação socioeconómica e das medidas tomadas pelos Estados na promoção da segurança e bem-estar dos cidadãos.
As políticas actuais a favor do indivíduo com deficiência representam o resultado de avanços e conquistas relativamente recentes. A muitos títulos, elas reflectem as condições gerais de vida e as políticas sociais e económicas de diversas épocas. A ignorância, o abandono, a superstição e o medo, contam-se entre os factores sociais que, ao longo da história da deficiência, isolaram estas pessoas e limitaram as suas possibilidades de desenvolverem aptidões em vários domínios.
As políticas relativas à deficiência evoluíram da prestação de cuidados elementares em meio institucional até à existência de políticas educativas para crianças com deficiência e de reabilitação para as pessoas que se tornaram deficientes na idade adulta, que por sua vez têm vindo a tomar parte mais activa no desenvolvimento de legislação e de normas em seu favor.
Já depois da Segunda Guerra Mundial, surgiram os conceitos de integração e de normalização que reflectem a crescente tomada de consciência sobre as capacidades das pessoas com deficiência, conceitos que várias organizações têm contribuído para generalizar e consolidar, no âmbito de uma luta que tem revertido no crescente reconhecimento dos seus direitos.
Fonte: GIRP




Oposição em Cantanhede


Fonte:BOA NOVA

É só uma congeminação. Mas não fazia sentido, a ser verdade que este orçamento foi feito a pensar nas eleições, que o Partido Socialista votasse contra??? Tinha que votar contra!
É natural o orçamento ser feito a pensar nas autárquicas, até porque Cantanhede estagnou nestes últimos quatro anos. Só é pena que isto não tenha sido demonstrado durante tanto tempo.. é que quem cala consente, anda distraído ou não sabe. Mas parece que é mais fácil combater dentro do partido o "inimigo" do que esgrimir argumentos com o verdadeiro adversário político que é o PSD.

Humor


domingo, 23 de novembro de 2008

O exemplo de Beiriz


Beiriz tem 4,31 km quadrados e 3223 habitantes. Está longe de ser um centro de excelência, um pólo de desenvolvimento ou um grande exemplo de modernidade. É antes uma pequena e perdida freguesia da Póvoa do Varzim. Mas Beiriz, tem também uma das poucas escolas do País onde, entre manifestações de 120 mil professores, ameaças de boicote e avisos de greve nacionais, se faz calmamente, e dentro dos prazos, a avaliação dos professores, prevista pelo Ministério da Educação, mas sem as actuais modificações referidas após o último Conselho de Ministros Extraordinário desta semana.
Em Beiriz, a avaliação não obriga a uma burocracia infindável, a reuniões pela noite dentro, a um esforço sobre-humano.
Em Beiriz, a avaliação não afecta a qualidade das aulas, o rendimento dos alunos ou a boa vontade dos professores.
Em Beiriz, a escola fecha SEMPRE às 18, 30 horas e, segundo a responsável máxima desta escola - a Directora, ninguém fica depois da hora.
Será a EB 2-3 de Beiriz um milagre? Nem por isso. Simplesmente, funciona.
Em Beiriz, em vez de perderem tempo em passeatas reivindicativas e boicotes organizados pelos sindicatos, trabalha-se.
Nesta escola, quando receberam as regras de avaliação estabelecidas pelo Ministério da Educação, a directora tratou de olhar seriamente para os papéis, ver onde podia cortar a burocracia e tornar como conseguiu, um processo demasiado complexo num esquema muito mais eficaz.
Porque será que o que é impraticável em todo o País seja possível em Beiriz?
Beiriz não é a prova de que a avaliação dos professores proposta pelo ministério é perfeita. Não é. É burocrática, pesada e, em alguns aspectos, errada. Mas é. Existe e é bem melhor existir com defeitos do que não ter qualquer avaliação.
Em Beiriz, os professores trabalham com gosto, os alunos interessam-se e os resultados são bons.
Em Beiriz, faz-se.
E na verdade, isso torna-se cada vez mais raro em Portugal. Porquê?...

Esperar sentado



Em entrevista ao jornal “Correio da Manhã”, Américo Henriques, o professor que durante 30 anos denunciou Carlos Silvino, está de saída da Casa Pia. O mestre continua a acreditar nas vítimas de abusos sexuais e, por isso, espera que o ex-motorista não seja o único a ser condenado.
Nós também gostaríamos de ver feita justiça, mas com estamos a lidar com poderosos, com um lobby poderoso, vamos esperar sentados.

Estágio Internacional de Karate Shotokan


quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Portugal no topo da desigualdade na distribuição do rendimento


Os números são da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e contrariam o discurso político optimista que caracteriza o actual Governo: Portugal apresenta o terceiro maior índice de desigualdade na distribuição do rendimento entre os 30 países desta organização, a par com os Estados Unidos e apenas atrás do México e da Turquia.
Mas não é apenas em Portugal que a desigualdade cresce. No relatório Crescimento e Desigualdades, a OCDE afirma que o fosso entre ricos e pobres aumentou em todos os países membros nos últimos 20 anos, à excepção da França, Grécia e Espanha, e que nos últimos cinco anos se assistiu ao crescimento da pobreza e da desigualdade em dois terços dos países analisados. Canadá, Alemanha, Noruega e Estados Unidos são os mais afectados. O restante conjunto de países viu as diferenças entre ricos e pobres diminuírem, em particular a Grécia, o México e o Reino Unido, o que, de acordo com os autores do estudo, «prova que não há nada de inevitável nestas mudanças».
Portugal é o país da União Europeia onde há mais desigualdade entre ricos e pobres. Portugal é de longe o país da União Europeia onde os ricos são os mais ricos e os mais pobres são os mais pobres. As 100 maiores fortunas portuguesas representam 25% do Produto Interno Bruto e 20% mais ricos controlam 45,9% do rendimento nacional. Estes dados mostram que Portugal necessita de uma política redistributiva e de encarar de frente o problema da desigualdade. Que política distributiva? Todo o discurso político, da comunicação social e da sociedade civil é em relação ao crescimento económico e à redução do défice público. Desta forma só se abrange 80% dos mais ricos, esquecendo os 20% dos mais pobres. As estatísticas indicam que um em cada cinco portugueses vive no limiar da pobreza. Mas a realidade da pobreza é pior. Porque pobreza não é meramente falta de dinheiro, é também falta de acesso às necessidades que conferem dignidade na vida portuguesa.
É preciso que as actualizações não sejam uniformemente percentuais, mas que aumentam mais para aqueles que ganham pouco e não tanto aqueles que ganham muito. Já era previsível, nós temos em Portugal, poucos que ganham muito e muitos que ganham muito pouco ou nada. É importante corrigir isto, porque não é justo nem moral.
São também necessárias e urgentes de apoio às zonas mais deprimidas do país e uma aposta clara na educação, que não apenas na escolaridade.
É igualmente necessário promover o empreendedorismo e uma intervenção clara no ambiente e nas condições em que muitos dos nossos concidadãos vivem, para alterar a situação de desigualdade no país.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Viaturas dos bombeiros penhoradas e prestes a serem apreendidas


Os Bombeiros Voluntários de Cantanhede estão em autêntica ebulição. Habituados a apagar fogos e a socorrer vítimas, a corporação parece não encontrar antídoto para “apagar” o mau estar que se vive no seu seio. Os problemas são mais que muitos, e para agravar a situação, um antigo bombeiro dispensado pela anterior direcção - por sinal o único no activo distinguido com o “Crachá de Ouro”, originou a penhora de duas viaturas da corporação após ter ganho no Tribunal de Trabalho uma acção que interpôs contra o seu “despedimento”. Tribunal que condenou a associação dos bombeiros a pagar uma indemnização de quase oito mil euros ao referido bombeiro, e que esta não acatou. Daí a acção de penhora das viaturas (o carro de comando e uma pick-up equipada com diversas valências operacionais oferecida há dois anos pelo Intermarché).
E se a direcção dos bombeiros não acatou a sentença do tribunal no pagamento da indemnização «nem fez qualquer depósito de caução após recurso interposto», ignorou a respectiva penhora e terá autorizado que os carros penhorados continuassem a ser utilizados, o que configura «um crime de desobediência». Acção que originou uma notificação da solicitadora encarregue do processo à GNR de Cantanhede «para que as viaturas sejam apreendidas».
Estes factos foram ontem confirmados ao Diário de Coimbra pelo advogado do bombeiro em litígio com a direcção da associação humanitária, Miguel Saraiva, que garantiu que a penhora «está feita e registada» há cerca de dois meses. O recurso da associação à sentença do Tribunal de Trabalho não «suspendeu a decisão da sua execução», e Miguel Saraiva, sabe o nosso Jornal, avançou com a penhora das duas viaturas. Agora, face à ineficácia da penhora (os veículos têm continuado no terreno), Miguel Saraiva garante ao nosso Jornal que a solicitadora já notificou a GNR de Cantanhede para que as mesmas «sejam de imediato apreendidas», o que na opinião deste causídico, pode acontecer nos próximos dias.

“Estamos a aguardar”
O presidente da associação humanitária também confirma a penhora, mas adianta que os seus serviços jurídicos recorreram da sentença do Tribunal de Trabalho que dá razão ao bombeiro dispensado. «Baseámos o nosso recurso no facto de sermos uma instituição de utilidade pública e as viaturas penhoradas serem instrumentos de serviço público, e agora estamos a aguardar», explicou Idalécio Oliveira.
Recurso que, segundo apuramos, deveria ser acompanhado por um depósito de caução no valor da indemnização a pagar ao bombeiro dispensado, mas que os advogados da associação, frisou Idalécio Oliveira, «entenderam que não se devia fazer».
«Esta é uma situação que cria um certo mau estar, não é desejável, mas existe e não podemos virar as costas», refere este dirigente, visivelmente constrangido por ver o nome dos bombeiros e da associação «de certa forma manchado».
Mau estar que, por mais que se tente disfarçar, também se instala no seio da corporação. Já não bastava a demissão do antigo comandante Francisco Lourenço, é voz corrente que o novo comandante indigitado (major Mário Vieira, actualmente a tirar um curso de comando), «logo que tome posse vai reformular o comando e dispensar o comandante interino (João Cunha) e o ajudante de comando (Jorge Jesus)».
Estas “vozes” talvez tenham a ver com a ausência destes dois operacionais no almoço de aniversário, realizado domingo passado (ler caixilho), mas tanto um como outro desvalorizam o comentário.
Um operacional que não quer ser identificado diz ao nosso Jornal que desde a demissão de Francisco Lourenço, «que cavou a sua própria sepultura» e que «se não se demitisse era demitido» se vive na corporação «uma grande desestabilização» e que constantemente «se estão a engolir sapos vivos». Por isso, diz este operacional, o novo comandante, quando tomar posse, «vai fazer uma limpeza» e os “sacrificados”, refere, são as cúpulas do comando interino (leia-se João Cunha e Jorge Jesus).

FONTE

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Um excelente (e actual) artigo de Fernando Pessoa



A INUTILIDADE DOS CONSELHOS FISCAIS E DOS COMISSÁRIOS DO GOVERNO NOS BANCOS E NAS SOCIEDADES ANÓNIMAS

Escândalos ainda recentes, que se tornaram conhecidos do público através dos relatórios publicados no Diário do Governo, vieram pôr mais uma vez em evidência a inutilidade prática dos Conselhos Fiscais e dos Comissários do Governo — inutilidade reconhecida no estrangeiro pela substituição a essas entidades, realmente fictícias, de outras mais susceptíveis de se desempenhar do mister que a nossa legislação impõe àquelas. Os Conselhos Fiscais e os Comissários do Governo — aqueles mais do que estes — são pontos de apoio da confiança do accionista, que julga que neles encontra o controle da aplicação e a salvaguarda dos capitais que confiou ao Banco ou à Sociedade Anónima adentro, ou junto, da qual eles funcionam.

Reconhecendo as Sociedades Anónimas que a melhor forma de chamar o capital é a distribuição ruidosa de grandes dividendos, procuram frequentemente, por meio de lançamentos artificiais, encobrir um estado verdadeiro de pouco desafogo; publicam, para dar uma aparência de prosperidade, relatórios de prosa literária no fim dos quais os accionistas são definitivamente ludibriados pela confiança que lhe traz o inevitável “parecer” do Conselho Fiscal, com o costumado voto de louvor à Direcção, e a indicação aos accionistas que aprovem o Relatório de contas e a distribuição de dividendos que ele consigna.

Os accionistas aprovam tudo — uma vezes porque o dividendo é magnífico, outras porque simplesmente confiam na indicação que lhes é dada. E a Direcção e o Conselho Fiscal recebem os respectivos louvores. São homens hábeis, uns; são homens sérios, outros. Tudo está, pois, necessariamente certo.

Acontece, porém, que muitas vezes está errado. E é isso que os relatórios recentemente publicados põem em evidência.

Quando se cai na suspensão de pagamentos, os accionistas acordam. Mas, como esperavam que o Conselho Fiscal os acordasse, e o Conselho Fiscal dorme por natureza, acordam sempre tarde e perdem... não o comboio, mas o dinheiro. Há Sociedades Anónimas em que não acontece isto. Mas há porventura alguma Sociedade Anónima em que, tanto quanto o sabe o accionista, não possa acontecer isto? Que elementos tem o accionista para poder saber ao certo que isso lhe não pode acontecer? A prosperidade do Banco ou da Companhia? Mas a prosperidade é a que lhe é dada pelos dividendos, e que sabe ele se esses dividendos não são o seu próprio capital e o dos credores da Sociedade Anónima, em vez do lucro autêntico da prosperidade verdadeira de uma sociedade progressiva? Sabe o accionista ao certo se não é assim? Não sabe, porque aqueles elementos em quem delega a fiscalização, 1.º não fiscalizam, 2.º mesmo que fiscalizem, não sabem fiscalizar. Quantos são os membros dos Conselhos Fiscais que examinam a valer as contas da Sociedade Anónima? Quantos são os membros dos Conselhos Fiscais que têm as habilitações precisas, de contabilistas, para esse exame? Salvo casos excepcionais, os membros dos Conselhos Fiscais são escolhidos por serem homens sérios e de boa posição social. Não consta, porém, que a seriedade seja a contabilidade, nem que a boa posição social seja um curso intuitivo de guarda-livros.

Escolhem-se homens sérios para os Conselhos Fiscais. Mas os homens sérios podem ser estúpidos — há muitos —; os homens sérios podem ser confiados — há muitíssimos —; os homens sérios podem ser desleixados — há imensos —; e o accionista perde o seu dinheiro, sem que os homens muito sérios deixem de ser muito sérios, o que é uma consolação insuficiente para quem perdeu o dinheiro que fiou da fiscalização incompetente, se não inexistente, dos homens de muita seriedade.

Tudo isto, no fundo, é uma comédia sem graça. A Direcção de uma Sociedade Anónima é, por natureza, um conselho técnico de gerência; o Conselho Fiscal de uma Sociedade Anónima é, e por natureza, um conselho técnico de fiscalização. A Direcção produz resultados; o Conselho Fiscal verifica esses resultados. E como os resultados se traduzem por números, isto é, por contas, parece que o Conselho Fiscal deve ser constituído por gente especializada no exame e conferência de contas. E parece também que o Conselho Fiscal deve ser constituído por gente suficientemente independente da Gerência para poder fiscalizar essas contas com independência. O que se faz entre nós? Elege-se um Conselho Fiscal de pessoas de probidade e incompetência e, é claro, de pessoas em magníficas relações de amizade com a Gerência, e portanto com toda a confiança nela. Em resumo: o melhor fiscal dos actos de alguém é um amigo incompetente. É ou não uma comédia?

Dos Comissários do Governo nem é bom falar. Dos membros do Conselho Fiscal ainda se pode presumir, visto que são accionistas, um certo interesse pela Sociedade Anónima a que pertencem, se bem que o interesse não crie competência, nem pese mais, na maioria dos casos, que o desleixo natural de quem é incompetente e confiado. Mas dos Comissários do Governo nem essa presumível interesse se pode presumir. São funcionários do Estado, que é, como toda a gente sabe, o mais mal servido de todos os patrões. São nomeados por obscuros lances do xadrez partidário, em prémio de serviços políticos e para que veraneiem todo o ano no seu comissariado; são nomeados para não fazer nada, e é efectivamente o que fazem. Deles, pois, é o Reino dos Céus... Deixemo-los e volvamos à terra.

Independência e competência são duas qualidades que se exigem em quem fiscaliza. O ter interesse em fiscalizar é secundário: o doente não percebe mais da doença que o médico, embora seja quem tem mais interesse na cura. Ora, se dependência e competência são as qualidades a exigir ao fiscal, está naturalmente indicado que a fiscalização das Sociedades Anónimas sejam examinadas, e por fim aprovadas, por peritos contabilistas estranhos às Sociedades, e com responsabilidade penal directa. Esses peritos (auditors) têm poderes para examinar toda a escrita, para verificar todas as transacções, para fazer à Direcção todas as perguntas que entenderem dever fazer para cabal desempenho do seu mister.

E assim é que deve ser. De todas as formas das sociedades comerciais as Sociedades Anónimas são as que mais se prestam ao abuso e ao desleixo da Gerência, pois que nelas há uma intervenção já teoricamente periódica, mas, em geral, praticamente nula dos sócios (isto é, dos accionistas) na gerência. Há mister, pois, que deleguem em alguém a fiscalização que nem podem, nem em geral sabem, exercer. Delegá-la em Conselhos Fiscais equivale a delegá-la em ninguém, ou a delegá-la na própria gerência a fiscalizar. Não, não há outra solução senão os auditors, os peritos contabilistas — competentes porque são técnicos, independentes porque não pertencem à Sociedade, e responsáveis criminalmente por abuso, ou mesmo desleixo, no exercício do seu cargo.

25-1-1926

Páginas de Pensamento Político. Vol II. Fernando Pessoa. (Introdução, organização e notas de António Quadros.) Mem Martins: Europa-América, 1986. p. 127.

Artigo escrito em colaboração com Francisco Caetano Dias.1ª Publ. in
Revista de Comércio e Contabilidade, nº 4. Lisboa: 25-1-1926

domingo, 16 de novembro de 2008

O PS que se cuide...


É esta a mensagem que corre nos emails dos professores e que se reenvia reenvia... será que o PS, nas pessoas do Sr Primeiro Ministro e na Sra Ministra da Educação, ainda não percebeu que deve dialogar, experimentar o modelo, analisar os resultados e só depois implementar???? Será isto difícil???? Ou haverá outra intencionalidade em todo este processo??? E isto não é chantagem de ninguém, mas "quem não se sente, não é filho de boa gente", diz o povo. E os professores são gente que trabalha, tem família, despesas como todo o cidadão deste País. Lembro que se está a cair no erro de basear os protestos na questão burocrática. A ministra dará a volta num instante a essa questão. Não é esse o verdadeiro problema. O problema é a carreira docente com a divisão em professor e professor titular, assim como as cotas para a progressão. Vou dar o meu exemplo. Como o meu departamento tem a cota fechada,(administrativamente foram preenchidas as cotas no primeiro concurso) eu, ou espero pacientemente que um colega morra e depois tenho de concorrer para essa vaga (eu e mais cinco ou seis... colegas) e esperar pela sorte... ou tenho de esperar que algum colega se reforme daqui a pelo menos 15 anos (tempo aproximado do professor que está mais próximo da reforma) para eu poder concorrer à vaga criada (eu e mais cinco, seis, sete ou mais) e esperar mais uma vez, (depois de avaliado, com aulas assistidas, com entrevistas, fichas, relatórios, portefolios, etc... e até um excelente desempenho ) ser o eleito. Os outros seis, sete ou mais, ficam não se sabe quanto tempo à espera que o processo se repita, esperando, esperando... mesmo que tenham também excelente. Mesmo que tenham um mestrado, doutoramento ou mais formação que o avaliador... dá que pensar, não dá??????

É portugal sim senhor e Cantanhede


Vejam se não se trata de criatividade a forma como se disfarça o poste de electricidade... bem bonito! Isto é em Cantanhede. Como diria o Fernando Pessa: "e esta, hem?"




Professores para quê?


Um bom começo para os que falam e não sabem do que falam...

sábado, 15 de novembro de 2008

Professores e sindicatos

«(...) A afirmação de um movimento corporativo independente de professores revoluciona o habitual negócio dos sindicatos com o Governo. É um movimento corporativo, mais do que sindical, porque incide na dignificação da função, no seu exercício, no modelo de ensino e na organização. Ao contrário, por objecto e tradição, os sindicatos, concentram-se nos vínculos, nas promoções, nas horas de trabalho e nos salários. No contexto de destruição socialista do ensino - experimentalismo pedagógico e didáctico, desavaliação dos alunos, burocratização, domesticação e... difamação (!) da função - o tema das condições salariais e da carreira tornou-se menor. Para a questão magna do ensino e da função, os sindicatos não têm vocação, competência ou, sequer, interesse - provavelmente, os dirigentes comunistas da Fenprof concordam com a maioria das decisões pedagógicas e didácticas, nomeadamente a desvalorização do ensino face à escola (a "inclusão") e desavaliação dos alunos, que a massa dos professores contestam...(...)» - Ler artigo completo no blog Do Portugal Profundo.

Fernando Pessoa


POEMA EM LINHA RETA(Álvaro de Campos)


Nunca conheci quem tivesse levado porrada.

Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,

Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,

Indesculpavelmente sujo.

Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,

Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,

Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,

Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,

Que tenho sofrido enxovalhos e calado,

Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;

Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,

Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,

Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado [sem pagar,

Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado

Para fora da possibilidade do soco;

Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,

Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo

Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,

Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana

Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;

Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!

Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.

Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?

Ó principes, meus irmãos,
Arre, estou farto de semideuses!

Onde é que há gente no mundo?
Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?
Poderão as mulheres não os terem amado,

Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!

E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,

Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?

Eu, que venho sido vil, literalmente vil,

Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

Centro de Bioética reitera oposição à eutanásia

O Centro de Estudos de Bioética (CEB), em Coimbra, reiterou ontem a sua oposição à eutanásia, defendendo a necessidade de uma «rápida e total implementação» da rede de cuidados paliativos.
Num parecer a que agência Lusa teve acesso, a direcção do CEB preconiza uma «rápida e total implementação da rede de cuidados paliativos, certa de que a resposta a um (raro) pedido de eutanásia é a compassiva e total prestação de cuidados, de modo a que o doente terminal viva em paz a sua vida até morrer».
«Esta é, na verdade, a morte medicamente assistida a que todos temos direito», sublinham Jorge Biscaia, Daniel Serrão, António de Almeida e Costa, Michel Renaud e Vasco Pinto de Magalhães.
A posição conjunta sobre a eutanásia vai ser apresentada hoje em Coimbra num encontro comemorativo dos 20 anos do CEB e dos 80 anos de Jorge Biscaia que, a par com Daniel Serrão e outras personalidades, foi agraciado recentemente pelo Presidente da República com a Grã-Cruz da Ordem de Santiago de Espada, pelos seus trabalhos pioneiros na área da bioética em Portugal.
Intitulado “Eutanásia, uma questão persistente”, o parecer sublinha que «a vida humana é inviolável» e vinca que é «um dever inalienável do Estado e da sociedade tudo fazer para minorar a solidão e o sofrimento físico dos que precisam de acompanhamento humano de “consultas de dor” e de cuidados paliativos nas situações de doença grave ou de incapacidade prolongadas».
«O papel dos profissionais de saúde é o de proporcionar aos doentes toda a atenção necessária para poder dar-lhes uma vida com qualidade», preconizam.
Segundo o documento, «a morte provocada a uma pessoa, a seu pedido, tem sido apresentada, por alguns, como expressão de compaixão por quem sofre e como sinal de respeito pela autonomia do doente terminal».
«Ao contrário desta ideia que tentam banalizar, pertencemos ao grupo claramente maioritário para quem é inaceitável matar um doente seja qual for a explicação que se pretenda dar para essa morte provocada», sublinham os especialistas em bioética.
Na sua óptica, «o mais importante é fornecer-lhe todos os cuidados, de modo a tratar a dor e outros sintomas, de forma a proporcionar-lhes uma vida com qualidade, até ao fim natural».
«Para tal, urge implementar o direito de acesso a bons cuidados paliativos, como de resto existem já em Portugal, infelizmente em número claramente não suficiente para quem deles necessita», vincam.
A proibição da eutanásia na lei «justifica-se pela protecção de um bem fundamental, que é o da vida do doente», sustenta o Centro de Estudos de Bioética.
«Defende ainda o paciente de possíveis abusos de uma hipotética autorização para matar a pedido, mesmo quando ela não existe como tem sucedido na Holanda (eutanásia involuntária de doentes adultos e mesmo de menores), adianta.
Para a direcção do CEB, «essa protecção é exigida pela ética médica, que seria gravemente comprometida se o papel dos médicos e dos enfermeiros que com eles colaboram, como garantes da defesa da vida, se transformasse no de prestadores oficiais da morte».
«Entre as questões éticas respeitantes à vida humana, a eutanásia permanece sempre actual (…) Entre nós, num destes surtos cíclicos de abordagem da questão, o problema tem sido ultimamente de novo agitado, não faltando sequer propostas fracturantes», lê-se ainda no documento.

FONTE

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Estamos perdidos há muito tempo - Eça de Queirós


"Estamos perdidos há muito tempo...O país perdeu a inteligência e a consciência moral.Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada.Os caracteres corrompidos.A prática da vida tem por única direcção a conveniência.Não há princípio que não seja desmentido.Não há instituição que não seja escarnecida.Ninguém se respeita.
Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos.Ninguém crê na honestidade dos homens públicos.Alguns agiotas felizes exploram.A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia.O povo está na miséria.Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente.O Estado é considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo.A certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências.Diz-se por toda a parte, o país está perdido!Algum opositor do actual governo? Não! "


Sem mais palavras

"Quando alguém compreende que é contrário à sua dignidade de homem obedecer a leis injustas, nenhuma tirania pode escravizá-lo." (Mahatma Ghandi)

1000

E com isto já vamos em 1000 apontamentos, ou postais ou como se lhes quiser chamar. O tema, a propósito, será o do ensino, pelo que cedo agora a palavra a quem sabe mais que eu:
"Ensinar com seriedade é lidar no que existe de mais vital num ser humano. É procurar acesso ao âmago da integridade de uma criança ou de um adulto. Um Mestre invade e pode devastar de modo a purificar e a reconstruir. O mau ensino, a rotina pedagógica, esse tipo de instrução que, conscientemente ou não, é cínico nos seus objectivos puramente utilitários, é ruinosa. Arranca a esperança pela raiz. O mau ensino é, quase literalmente, criminoso e, metaforicamente, um pecado. Diminui o aluno, reduz a uma inanidade cinzenta a matéria apresentada. Derrama sobre a sensibilidade da criança ou do adulto o mais corrosivo dos ácidos, o tédio, o metano do ennui. Para milhões de pessoas, a matemática, a poesia, o pensamento lógico foram destruídos por um ensino inane, pela mediocridade, talvez subconscientemente vingativa, de pedagogos frustrados. As vinhetas de Molière são implacáveis.
Em termos estatísticos, o anti-ensino constitui praticamente a norma. Os bons professores - os que alimentam a chama nascente na alma do aluno - são talvez mais raros do que os músicos virtuosos ou os sábios. Entre os professores do ensino elementar, instrutores da mente e do corpo, são alarmantemente escassos os que têm plena consciência daquilo que está em jogo, do equilíbrio entre confiança e vulnerabilidade, da fusão orgânica entre responsabilidade e sensibilidade. Ovídio lembra-nos: 'Não há maior maravilha.' De facto, como bem sabemos, a maioria daqueles a quem entregamos os filhos nas escolas secundárias, a quem pedimos orientação e exemplo na academia, pouco mais são que amigáveis coveiros. Trabalham para reduzir os alunos ao seu próprio nível de fatigada indiferença. Não 'revelam' Delfos - obscurecem-no." -George Steiner, As Lições dos Mestres, Gradiva, 2005.

Não tem, necessariamente, razão em tudo. Steiner é um professor universitário, nunca terá lidado com jovens de subúrbios e novas oportunidades. Agora, é um facto que a maior parte dos professores carrega essa indiferença de que fala. Mas, por que razão seria diferente? Se a maior parte dos cidadãos carrega a indiferença, se os professores são cidadãos, logo...
É óbvio. Mas o mal mantém-se há muito. Na faculdade tive colegas que não sabiam o que era um livro bilingue. Tive colegas que achavam que "bilingue" era uma obra de Garcia Lorca que eu tinha na mão. Essa boa gente é hoje professora - a não ser que tenham mudado de ramo (e espero sinceramente que sim). Qual a solução para o problema? talvez engenharia genética ou o projecto de reconstrução do homem e da mulher novos - mas já vimos que não funcionam. Consequentemente, não há solução. Haverá sempre indiferença. Haverá sempre aqueles que autorizam os alunos a saírem das aulas para participarem em manifestações "espontâneas" - aliás, é sabido que toda a gente costuma trazer ovos no casaco, não vá dar-se o caso de ser necessária uma demonstração de "espontaneidade".
A solução também não passa pela glorificação e endeusamento de um ensino privado ao qual todos possam ter acesso, milagre sustentado por uma direitazinha incipiente de cariz pretensamente liberal, que leu uns livros em inglês e quer modernizar o país - até porque em muitos casos estudou lá fora. A essa gente talvez faça bem ler o mais recente livro de Steiner, no qual denuncia o fracasso dos sistemas de ensino anglo-saxónicos. Os europeus já os conhecemos.
O problema está na raiz, obviamente. Está nessa maravilha mundial chamada democracia, democratização, que abriu as portas da Academia a todos os que quisessem lá entrar. Mas nem todos deviam pôr lá os pés. Quem não era matemático não passava dos portões. Hoje, já não há portões, a não ser para fechar a cadeado quando alguns - nunca manipulados - decidem de forma absolutamente democrática (porque o governo manipula alunos quando lhes oferece Magalhães, mas o esquerdalho nunca o faz, nem quando põe os seus maltrapilhos das juventudes a fechar portões e a lançar ovos. Ou, simplesmente, a berrar insultos demonstrando um boçalidade inata, embora reforçada por certos exemplos que vêm de cima.)
A democratização do ensino ofereceu a possibilidade de todos estudarem ou fingirem que estudam. Ao mesmo tempo que abriu as portas a milhões de alunos obrigou ao recrutamento de milhares de professores, muitos deles com vocação zero. Há uma percentagem deles que é, de facto, muito boa. Talvez não seja necessariamente reconhecida como tal - a filiação partidária é uma coisa muito importante e os laços de família idem, apesar das mudanças sociais e fracturantes.
Quanto ao resto, por que razão hão-de todos aspirar ao (suposto) superior? A terra ainda é quem nos alimenta. E, um dia, acabaremos por voltar a ela.

FONTE

Educação: Inspectores também querem fim da avaliação

O presidente do Sindicato dos Inspectores da Educação e do Ensino (SIEE), José Calçada, defendeu esta quinta-feira a suspensão do processo de avaliação de desempenho dos professores, alegando que o modelo definido pelo Governo «não é exequível», noticia a Lusa.
«Não tenho a menor dúvida de que o processo deve ser suspenso. Não estou sequer a emitir juízos de valor sobre a qualidade ou falta de qualidade do modelo [definido pelo Ministério da Educação], mas apenas a dizer que ele não é exequível. No que respeita aos inspectores, é absolutamente inexequível», afirmou o responsável, em declarações à agência Lusa.
O problema, adiantou José Calçada, é que o modelo definido pelo Ministério da Educação (ME) prevê que os cerca de oito mil professores titulares com funções de coordenador de departamento ou do conselho de docentes sejam avaliados por inspectores com formação científica na mesma área, mas estes não existem em número suficiente.
Em Outubro do ano passado, o SIEE tinha já defendido uma suspensão do processo de avaliação de desempenho, garantindo que o mesmo só poderia avançar caso a Inspecção-Geral de Educação contasse com, pelo menos, o triplo dos funcionários.

Testemunho


Exma. Senhora

Directora Regional de Educação de Lisboa e Vale do Tejo

Maria Leonor Teixeira da Costa Lopes Varela, Professora Titular do Quadro de Escola da Escola Secundária de Maria Amália Vaz de Carvalho, em Lisboa, grupo 330, nomeada avaliadora, por delegação de competências, perante os esclarecimentos ontem dados pela Senhora Ministra da Educação, ao Canal “SIC Notícias”, sobre a avaliação de Professores, vem solicitar informações sobre os seguintes pontos:

Enquanto avaliadora

A requerente tem sete avaliandos, distribuídos por dois grupos de docência. Já todos entregaram os respectivos objectivos individuais. Se os Professores têm apenas que entregar “duas folhinhas com os objectivos”, como qualquer funcionário de uma qualquer empresa, pretende a requerente saber se deverá suspender todas as actividades subsequentes, nomeadamente:LER MAIS AQUI

Manuel Alegre e a ministra

Manifestação de Professores

Dissidencias - obrigatório ler (de um amigo)

Ok, já me decidi! Ao escrever “chupar” fez-se um clique no meu estupidificado cérebro e decidi que hoje, como é dia 13 de Novembro, vou-vos falar dos milagres de Maria. Maria tem sido protagonista de alguns dos mais inacreditáveis milagres, como não se via desde há muito tempo, talvez mesmo desde o milagre das rosas da Rainha Santa Isabel. Ainda na última 3ª-feira, em Fafe, assistimos ao milagre da multiplicação dos ovos. E que dizer do fantástico aumento das notas a matemática nos exames nacionais do 9º e 12ºano, quando não existe nenhuma explicação racional para o sucedido? Só pode ser milagre! Maria conseguiu ainda o milagre de unir os professores de todo o país, que religiosamente participam em bonitas peregrinações à baixa de Lisboa, duas vezes por ano, sempre no dia 8, e só aos sábados, numa profunda e comovente manifestação de fé e esperança… de que Maria de Lurdes Rodrigues desapareça de vez do Ministério da Educação! E como qualquer peregrinação que se preze, promessas também não faltam: os sindicatos prometem novos protestos e novas greves; os professores prometem guerra todo o ano, prometem o caos; os alunos prometem manifestações e ovos frescos; a ministra promete que não desistirá da avaliação dos professores; Sócrates promete colinho à ministra… Como é bonita a fé vivida no seio da grande família educativa.
Fonte: Dissidencias

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Centro de Formação de Associação de Escolas Beira Mar iniciou actividade

O Centro de Formação de Associação de Escolas Beira Mar já iniciou formalmente a sua actividade com a tomada de posse da Directora – Evangelina Mendes –, na presença dos membros da Comissão Pedagógica. Esta Comissão é constituída pelos Presidentes dos Conselhos Pedagógicos das escolas associadas representando todos os estabelecimentos de ensino público dos concelhos de Cantanhede, Figueira da Foz, Mira e Montemor-o-Velho. A sessão da tomada de posse decorreu na Escola Secundária com 3º ciclo Dr. Joaquim de Carvalho/ Figueira da Foz que funcionará como escola sede do novo Centro de Formação. O CFAE Beira Mar vai abranger cerca de 1.800 professores dos concelhos de Cantanhede, Figueira da Foz, Mira e Montemor-o-Velho e terá como prioridade da sua intervenção “o reforço da formação contínua em contexto de escola, procurando responder às necessidades formativas dos professores destes concelhos numa lógica de gestão da formação em consonância com as linhas orientadoras definidas nos projectos educativos de cada agrupamento ou escola não agrupada”.

De Luto, pela Educação em Portugal


Moção sobre o Modelo de avaliação na EB 2,3 de Cantanhede

Os docentes do Agrupamento de Escolas de Cantanhede, reunidos em Assembleia Geral, a 13 de Novembro de 2008, aprovaram uma Moção sobre o modelo de avaliação do desempenho docente imposto unilateralmente pelo Ministério da Educação: Os docentes deste Agrupamento não contestam nem recusam ser avaliados. Consideram mesmo que a avaliação do seu desempenho profissional pode e deve ser encarada como uma importante componente do seu desenvolvimento profissional, contribuindo para a melhoria da qualidade da escola. Esta avaliação deve assentar na dimensão do trabalho cooperativo, perspectivado numa lógica essencialmente formativa e contínua, cruzando a responsabilidade individual de cada docente com a responsabilidade colectiva e organizacional.

Miguel Portas


A manifestação foi ainda maior do que a anterior, que
já tinha sido gigantesca.
A pergunta, inteiramente legítima, à luz das declarações da ministra nos
telejornais, é muito simples: quantos mais terão que ser para que a senhora
oiça? Ou ouça, que dos dois modos se pode dizer e escrever.

*Cheguei a casa emocionado e comovido*

Aquele mar de professores está obviamente mais do que farto. Suspeito que o
estão por todas as pequenas razões de um quotidiano frustrante, e que por
isso se podem resumir numa curta frase: ser professor assim, não dá. Quando
mais de dois terços de uma classe sai à rua, é porque, apesar do desencanto,
ainda transporta dentro de si a energia da dignidade. Não é preciso ser-se
professor, psicólogo ou ministro para o entender. Mas existe uma professora
que é ministra e que nada entende de gente, que não percebe. Continua a não
perceber.

*Em casa, a comoção transformou-se em espanto quando ouvi Maria de Lurdes
Rodrigues*

Consigo compreender que, intimamente, ela esteja convicta da justeza do
sistema de avaliação. Consigo, porque quem lida com gente tem a obrigação de
saber ouvir nas palavras do outro, o que na realidade o motiva. Mas é
precisamente aí que Maria de Lurdes Rodrigues é um caso perdido. Ela tem da
escola, da avaliação e do próprio conflito uma visão intrinsecamente
administrativa. Todo o seu discurso é orgânico, robotizado: a avaliação
começou a ser negociada no verão de 2006, foi validada por um conselho
científico, se não funciona na perfeição, a responsabilidade é das escolas -
"está nas suas mãos tornar as coisas mais simples" - e tem de continuar
porque não há outro modelo disponível. Então está tudo bem, pergunta o
jornalista. Que quase que sim e que está a ser melhorada todos os dias e que
o pode continuar a ser nos próximos, desde que se concretize.

*Há, nesta cultura administrativa de poder, uma cegueira que raia o autismo*

Para a ministra, todas as escolas estão a avaliar, não tem notícia de que
alguma a tenha suspendido. *Então e a manifestação, sempre são 120 mil, não
é?*, insiste o jornalista. Pois que sim que são, mas que há nela uma
chantagem sobre os professores que querem fazer o seu trabalho. Ouve-se e é
dificil de acreditar. Se os que estão na rua são professores, onde é que
estarão os outros? "Chantagem", quando dois terços de uma classe sai à rua?
Porque não faz sentido, é preciso procurá-lo.

*Diz-me a experiência que posso ter a melhor ideia do mundo, mas que ela me
é inútil se quem tem que a concretizar não concorda*

Com Maria de Lurdes Rodrigues é diferente. Ela tem um mundo único, exclusivo
e intransmissível. Nele, o que leva os professores a sairem à rua é "o medo
ante a mudança". Tenho inveja desse mundo, confesso. No meu, que é normal e
feito de pessoas comuns, o medo costuma fechar as pessoas em casa. No mundo
da ministra, a manifestação foi uma cabala urdida pelos partidos da
oposição. Renovo a minha inveja. Naquele em que vivo habituei-me, pelo
contrário, a uma enorme desconfiança dos movimentos genuínos face aos
partidos. Sei, por experiência própria, que é preciso uma classe estar
rigorosamente nos limites da exasperação, para pedir ajuda aos políticos que
reconheça comprometidos com a sua luta. Pois foi isso que aconteceu desta
vez. Centenas, senão milhares de professores nos pediram - "Não nos deixem
cair", "não nos abandonem", "ajudem-nos".

Não, não foram os partidos que manipularam os sentimentos dos professores;
foram estes que exigiram da política o compromisso que não encontraram no
seu ministério.

*Estive nas duas manifestações*

Porque politicamente estou solidário com esta luta, mas também porque sou
pai de dois filhos que estudam na escola pública. Quero que eles gostem das
escolas que frequentam. Quero que aprendam, que estudem e que tenham
aproveitamento. Sei que têm professores melhores e piores, como estes sabem
que têm alunos mais interessantes e interessados e outros nem tanto. É assim
a vida, feita de encantos e desgostos. Gosto dela porque é assim, imperfeita
e por isso aperfeiçoável. Do que não gosto é de uma escola que, frustrando
os professores, não se pode encontrar com os alunos, que são a sua razão de
ser. Uma escola de professores desesperados e angustiados é uma escola que
morre dentro de muros. É por isso que a ministra até podia ter a melhor
avaliação deste mundo, mas não servir. A avaliação que urge não é a dos
professores, mas a de um ministério e de uma ministra que têm sido incapazes
de perceber o mal que estão a fazer às próprias escolas. Não preciso de
muita papelada nem de conselhos científicos para concluir que o problema
mora em cima.

Miguel Portas

Fernanda Velez SHOW

Ana Drago questiona a Ministra da Educação

ACR Seixo comemora 28 anos


No sábado dia 15 de Novembro, pelas 21h00, a Associação Cultural e Recreativa do Seixo celebra o seu 28º aniversário com um Concerto a realizar no salão Paroquial com a actuação do Grupo de Instrumentos de Sopro de Coimbra, com o apoio da C M Mira, Junta Freguesia do Seixo e Inatel.O Grupo de Instrumentos de Sopro de Coimbra (GISC) é uma formação orquestral composta por cerca de 60 jovens estudantes de música, alguns deles já professores. Fundado em 1982, para além de já ter actuado nas principais cidades e vilas de Portugal, apresentou-se em Espanha, França, Luxemburgo, Bélgica, Itália, Polónia, Hungria e Rússia. Nos últimos anos de actividade têm-lhe sido endereçados convites para participar em eventos de relevo, designadamente, na Áustria, Alemanha, Irlanda, Escócia, Suécia, Brasil, Venezuela e Africa do Sul. Actualmente, com o Dr. Adelino Martins como Maestro, a orquestra adquiriu uma certa versatilidade que lhe permite apresentar programas dos reportórios sinfónico e coral sinfónico, ligeiro e de carácter solene ou festivo. Espera-se pois um excelente espectáculo musical. No decorrer do espectáculo irá ser prestada aos dez sócios Fundadores, e neles a todos os Associados, uma muito simples mas simbólica e merecida Homenagem. Devemos-lhes um reconhecimento pela iniciativa que tiveram em criar a associação e por serem “pais” desta numerosa família cultural e desportiva em que se veio a tornar a ACRSM que, na prática, abraçou todo o Seixo. 2008 Foi mais um ano pleno de actividades marcantes. A Direcção organizou o 2º passeio cicloturistico, co-editou com a Junta de Freguesia e organizou o lançamento do livro de poesia “Na Valsa da Madrugada”, apresentou e viu aprovada (com o apoio da Câmara) uma candidatura ao Instituto do Desporto para beneficiação dos balneários do futebol, participou, com direito a lugar no pódio (3º) no Inter associações Concelhio, lançou e distribuiu 3 Carolices e 12 Newsletters, manteve actualizado e animado o site que foi visitado 8200 vezes, envolveu 20 adolescentes e jovens nas actividades de tempos livres de Verão, celebrou a ordenação episcopal de D. João Lavrador….esteve activa. Foram 28 anos de um percurso, com alguns momentos de desânimo e de dificuldades, mas com muitos êxitos, muitas alegrias, muito envolvimento. A cultura, o desporto, a identidade das gentes, nas vertentes de competição, de formação ou de lazer no Seixo, têm a marca da Associação. Por tudo isto e para todos aqueles que nestes tempos foram timoneiros no Teatro, no Rancho ou no Futebol, muitos parabéns.
Fonte: Jornal O Principal

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Manifestação dia 15 de Novembro


Em comunicado hoje divulgado, a Associação de Professores e Educadores em Defesa do Ensino (APEDE) diz que a manifestação, que será também organizada pelo Movimento Mobilização e Unidade dos Professores (MUP), ganhou uma "legitimidade acrescida" depois da ministra da Educação ter reagido à manifestação de sábado [organizada pelos sindicatos e que, segundo os organizadores, juntou cerca de 120 mil docentes] como se fosse um pormenor irrelevante".

"A manifestação do dia 15 de Novembro, iniciativa que surgiu no seio dos professores (...) ganhou hoje uma legitimidade acrescida. Quando a Ministra da Educação reage ao enorme protesto que os professores fizeram hoje desfilar nas ruas de Lisboa como se 120 mil docentes em luta fosse um pormenor irrelevante, mostra que a nossa contestação não pode parar a 8 de Novembro", refere o comunicado, escrito sábado mas divulgado hoje.

Estas duas estruturas referem também que os movimentos independentes de professores "têm razão quando exigem da Plataforma Sindical a denúncia do memorando de entendimento que assinaram com o Ministério da Educação", "esse documento que a ministra continua a esgrimir para condicionar os sindicatos e a própria luta dos professores".

APEDE e MUP defendem uma "ruptura clara" com o acordo, considerando este outro "motivo fortíssimo para os professores regressarem às ruas de Lisboa no próximo Sábado".

Na opinião das duas estruturas, "o combate dos professores, no momento político que hoje se vive em Portugal, já não é apenas uma luta centrada nos alvos já conhecidos (...) é hoje também uma luta contra o autoritarismo que se apropriou das formas de governação, ao reduzir os cidadãos a executores passivos de políticas que eles mesmos não aceitam".

sábado, 8 de novembro de 2008

Manisfestação - Eu estive lá








Foi a maior manifestação de professores de sempre. Cerca de 120 mil saíram à rua, este sábado, em Lisboa, para contestar as políticas educativas do Governo, em particular o método de avaliação de desempenho. Os sindicatos falam na adesão de 85% da classe. Professores de todo o País a marcaram presença na capital.
Foi o grito de alerta de uma classe quase inteira. Oito meses depois da última grande manifestação, os professores de todo o País voltam a tomar Lisboa para dizer «basta» às políticas educativas do Governo.
Entre o Terreiro do Paço e o Marquês de Pombal, a Avenida da Liberdade abriu passagem aos professores. Os sindicatos falam na maior manifestação de sempre: cerca de 120 mil docentes, 85% da classe. A Polícia de Segurança Pública (PSP) recusa para já avançar um número, dada a dimensão do protesto.

Fonte:TVI

Menina de Cantanhede vítima de predador sexual II


Trabalhou rápido a policia, agiu com eficácia o juiz e o canalha que violou a criança de Cantanhede já está arrecadado na cadeia.
Esperemos agora que o juiz encarregado de julgar lhe dê uma pena severa e dissuasora.
Muitas vezes criticamos aqui a demora na justiça neste dia congratulamos porque policia e tribunais estão de parabéns.
Ler mais

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

AREIAS VIVAS: UMA APOSTA NA EDIÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE LIVROS


Com sede em Mira, a AREIAS VIVAS é uma aposta de António Veríssimo na edição e distribuição de livros. Com um "modus operandi" diferente, a AREIAS VIVAS prepara-se para editar o seu primeiro livro ainda este ano e trabalha já na edição de outros títulos (3) até Março/Abril de 2009, isto apostando sempre na qualidade dos seus serviços.
Embora sedeada em Mira, a AREIAS VIVAS pretende ser uma empresa conhecida a nível nacional que editará e distribuirá autores de norte a sul do país.
Com direcção executiva de António Veríssimo, a AREIAS VIVAS conta com dois colaboradores na área da publicação.

Contactos:

Email: areiasvivas@sapo.pt
Morada: Rua Casal Sobreiro, 250 Portomar 3070-360 MIRA
Telef.: 231 109444
Telem. : 931 633 896

Menina de Cantanhede vítima de predador sexual



Uma menina de oito anos foi ontem vítima de um predador sexual em Cantanhede, que a terá abusado quando, por volta das 12h00, ia para a escola. Segundo o que o Diário de Coimbra apurou, a menina chegou à escola «triste e estranha», o que motivou forte desconfiança do professor de que algo tinha acontecido.
Perante a apatia da criança, o docente contactou com a mãe, que se deslocou de imediato ao estabelecimento de ensino. Perante a filha, confirmou que esta tinha, realmente, algo de estranho.
De acordo com o que apuramos, a menina terá dito que foi abordada por um homem, perto da escola, que se deslocava numa viatura, e que este a puxou para dentro do veículo, molestando-a. De imediato, a criança foi levada pela mãe ao Centro e Saúde de Cantanhede para ser observada, e a equipa médica que a examinou achou por bem encaminhar de imediato a menina para o Hospital Pediátrico de Coimbra e avisar a GNR de Cantanhede para o sucedido. A Directoria de Coimbra da Polícia Judiciária (PJ) foi alertada para o sucedido e uma equipa de investigadores deslocou-se para o Pediátrico, acompanhando todas as diligências hospitalares.
«Não podemos dizer se a menina foi abusada sexualmente, mas apresentava fortes indícios e suspeitas de maus-tratos. Não podemos negligenciar estas situações e, por isso, foi encaminhada para o Hospital Pediátrico», disse ontem ao DC fonte do Centro de Saúde.
Mãe e filha chegaram ao pediátrico pouco depois das 13h00 e, ao final da tarde, a criança ainda estava a ser observada. Apesar das várias tentativas que fizemos, deste hospital ninguém quis falar sobre o assunto, embora nos confirmassem a entrada da criança no serviço de urgência ao início da tarde.
Quem, também, confirmou a entrada da criança na unidade hospitalar de Coimbra «com indícios de maus-tratos» foi fonte da Polícia Judiciária. A mesma fonte especificou, mesmo, que a menina «foi, efectivamente, abusada sexualmente». Quanto ao alegado predador sexual, sabe-se que se fazia transportar numa viatura quando abordou a criança, e que o crime foi praticado no interior do veículo. Os dois inspectores encarregues da investigação, sabe o nosso Jornal, já têm pistas que os podem levar à identificação do autor deste crime, podendo, nas próximas horas, proceder à sua detenção.

FONTE

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Avaliação SIM

Eu sei que não existe esse justiça que gostariamos todos que houvesse, mas a verdade é que não conheço em nenhuma outra profissão onde os profissionais exercam as mesmas funções e tenham titularidades diferentes. Vejamos: há enfermeiros e enfermeiros titulares? há engenheiros e engenheiros titulares? há médicos e médicos titulares? etc,etc? não! O que existe são chefes, coordenadores, dirigentes etc. E num universo de 100 professores qual é a cota (razoável)que define o mérito ou o desempenho dos professores? Só existe uma... economicismo e não a pedogogia.E caros amigos com todo o respeito, hoje parece que toda a gente pode falar com autoridade sobre educação. Ao fim destes anos todos, eu que sou profissional de educação, continuo a aprender, a duvidar, a experimentar.É que a educação é muito mais que uma opinião, é uma ciência complexa e sempre em evolução porque depende de factores vários, de contextos diversos e o que é verdade no norte não se aplica no sul.O que é verdade numa turma ,não tem sentido noutra. O que resolve o problema de um aluno não produz efeito no que está sentado na carteira do lado.A justiça, faço-a a todos os professores que tive e me abriram caminhos para a vida... aos médicos pago para me tratarem, aos arquitectos pago para me desenharem a casa,etc, etc. Aos meus professores (serão sempre os meus professores) tenho o respeito e agradecimento por me permitirem um caminho!
Todos a caminho de Lisboa.

domingo, 2 de novembro de 2008

O homem da Regisconta mudou de emprego


Pilhado aqui

Outra Manifestação?????????


Magalhães

Fonte: Anterozóide

Guerra à avaliação em quase cem escolas


Educação.
Cada vez mais professores de agrupamentos e escolas isoladas assumem-se contra a avaliação. A ministra disse ontem que os protestos se resumem a alguns professores, mas até a presidente da melhor pública do ano a contraria Professores dizem que estão prontos para não progredirDe norte a sul, 92 escolas e agrupamentos, segundo uma lista elaborada pela Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE), já tomaram posição, em reuniões e moções de professores, pedindo a suspensão da avaliação. E os sindicatos e movimentos independentes do sector afirmam que esta é só a ponta do icebergue. A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, considerou ontem, em Anadia, que a contestação se resume a alguns professores e não às suas escolas: "Há professores que não querem ser avaliados e já o sabemos há muito tempo, mas o País não entenderá que os professores sejam uma classe à parte, pelo que terão de estar sujeitos a regras", disse.Melhor pública do ano na lista
A verdade é que não foi preciso procurar muito para encontrar uma presidente de conselho executivo que desmentisse essa leitura dos factos. Precisamente a que lidera a Escola Secundária Infanta D. Maria, de Coimbra, a melhor pública do ano segundo os rankings publicados esta semana pelo DN, e uma das 92 com moções contra a avaliação."Não é verdade que os professores não queiram ser avaliados. Querem é ter outra avaliação. Não esta, que só lhes está a tirar tempo para ensinarem", disse ao DN Rosário Gama. "Na minha escola, 90 assinaram. Só não assinaram três que não estiveram na reunião. Eu não o fiz porque, nas minhas funções, nunca poderia recusar--me a avaliar um professor que o quisesse. Mas como professora teria assinado e aplicado a decisão", disse, acrescentando "não ter dúvidas" de que muitos pedidos de aposentação na sua escola decorrem deste caso. "Prontos" para consequências
Ontem, a ministra da Educação lembrou também o que acontecerá a quem rejeitar a avaliação: "A consequência imediata é que, não sendo avaliado, o professor não reúne as condições para progredir na carreira", avisou. Mas os sindicatos e movimentos dizem que os professores estão preparados para tudo."O que a senhora ministra disse está na lei [Estatuto da Carreira Docente] e os professores conhecem-na", disse ao DN José Ricardo, vice-secretário-geral da FNE. "Os professores estão prontos a assumir esse risco, tal como sabem que quando fazem greve não vão receber esse dia. A senhora ministra é que, limitando-se a esse tipo de comentários, parece estar a assobiar para o lado, a fazer de conta que não vê", acusou . "Desde o início que avisámos que este modelo, além de injusto, é irrealizável. E isso está a verificar-se agora nas escolas, onde o descontentamento é geral, dos conselhos executivos aos próprios avaliadores. O que dirá a ministra se, daqui a alguns meses, 70% ou 80% dos professores tiverem tomado esta decisão?""Isto é uma bola de neve que está a crescer todos os dias", acrescentou Mário Machaqueiro, da Associação de Professores em Defesa da Educação, um dos vários movimentos independentes de docentes que surgiram nos últimos meses. "Não duvido que rapidamente terá dimensões nacionais. Convém lembrar que só estamos no 1.º período de aulas.Os blogues como motor da intervenção dos professoresBlogosfera. Do humor à denúncia de casos concretos, são cada vez mais as páginas criadasQuando começou a fazer cartoons protagonizados pela ministra da Educação e os seus secretários de Estado, Antero Valério, professor de Artes e Multimédia no ensino secundário, "nunca" pensou que se tornaria numa referência da classe."Comecei a fazer desenhos na escola, que mostrava aos meus colegas. Alguns foram tirando fotocópias. Quando dei por mim, estava a receber e-mails com as minhas tiras vindos de todo o País. Foi aí que decidi criar o blogue Anterozóide [antero. wordpress. com]", conta o professor, que se prepara para lançar um livro com base nestes trabalhos. "Será uma edição própria. Para já, serão mil exemplares", mas vamos ver como corre". Nos últimos anos, a blogosfera foi literalmente invadida de páginas pessoais de professores, com os problemas da educação como pano de fundo. Da denúncia (A Educação do meu Umbigo, de Paulo Guinote) à comédia leve de Antero Valério, há blogues para todos os gostos, onde um caso passado numa pequena escola pode ganhar dimensão nacional e onde se podem discutir e seleccionar previamente os temas dos cartazes e autocolantes que se vão levar à próxima manifestação.Os blogues tiveram também um papel decisivo na criação e divulgação de muitos movimentos independentes de professores que, de outra forma, teriam conhecido dificuldades em ganhar expressão. Hoje, nem os principais sindicatos dispensam a sua consulta."Se calhar, parte da explicação dos 100 mil que estiveram na manifestação [de Março] está nos blogues", diz o professor cartoonista. - P.S.T.Fenprof e movimentos juntos em manifestaçãoAvaliação. Partes puseram diferenças de lado para dar força à 'manif' de dia 8A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) e três dos principais movimentos independentes do sector - a Associação de Professores em Defesa da Educação (APEDE), o Movimento Mobilização e Unidade dos Professores (MUP) e a PROmove - divulgaram ontem um comunicado conjunto onde anunciaram ter posto de lado as divergências que têm marcado o seu relacionamento nos últimos tempos em nome da "necessidade de enfrentar a ofensiva sobre a escola pública", que dizem estar a ser movida pelo Governo. A principal consequência deste entendimento é a adesão destas estruturas à manifestação nacional do próximo dia 8 de Novembro, em Lisboa, convocada pela "plataforma" de sindicatos do sector. Os movimentos, que tinham agendado um protesto próprio para dia 15, não afastam a possibilidade de manterem alguma acção nesse dia, mas à partida, segundo disse ao DN Mário Machaqueiro, da APEDE, "já não deverá ser uma manifestação".Nas últimas semanas, o diálogo entre as partes chegou a extremar-se, com os movimentos a responsabilizarem os sindicatos pelo "memorando de entendimento" assinado em Abril com o Ministério da Educação, que permitiu a avaliação simplificada de 12 mil professores no último ano lectivo e a generalização do modelo este ano, embora ainda sob forma experimental. Mário Nogueira, secretário--geral da Fenprof, tinha por seu turno acusado estes grupos de promoverem um discurso "anti-sindical", que cultivava "divisões" entre os professores."Nós mantemos a intenção de apontar críticas aos sindicatos sempre que nos pareça que a sua actuação é questionável", frisou Mário Machaqueira. "Mas considerámos que, na situação actual, com o que está a acontecer nas escolas com a avaliação, é oportuno que se enfrentem as políticas ministeriais numa base de unidade", explicou.O presidente da direcção da APEDE destacou também o "o empenho que os sindicatos têm demonstrado para ouvir os problemas dos professores nas escolas".
Fonte: DN online