O título desta notícia (no JN) fez-me ler com mais atenção o artigo, que entre outras coisas refere que:
a)Os comportamentos anti-sociais dos jovens aumentam e os conhecimentos perdem-se durante as férias de Verão
b) As férias escolares do Básico e do Secundário são demasiado longas
c) Os jovens, em especial os de famílias mais pobres, têm demasiado tempo livre e muito pouco em que o ocupar. Um dos estudos citados revela que 80% das crianças de meios desfavorecidos afirmaram não ter nada para fazer fora da escola.
d)As férias longas podem levar os alunos a perderem competências adquiridas durante o ano lectivo, sendo que "nos piores casos estas perdas foram equivalentes a um mês de tempo escolar". Estas são mais acentuadas na matemática e ortografia e menos notórias na leitura. Também neste aspecto, os jovens de classes mais desfavorecidas são os que mais sofrem.
Ora bem, todos sabemos que as férias nos trazem algum distanciamento, e ainda bem, do trabalho que por rotina fazemos ao longo do ano. Será que alguém está convencido que durante o tempo lectivo não acontecem exactamente as questões levantadas neste estudo? Perguntem aos alunos, às pessoas em geral, no final do ano lectivo se sabem as matérias do início do ano e verão os resultados. A aprendizagem não é um saco infinito e sem fundo, está-se sempre a perder a ganhar novos conhecimentos e competências. "As perdas são reais", reconheceu Joaquim Sarmento, ao JN, acrescentando que, no entanto, se "resumem a um núcleo de competências mais ligado à memória, algo que no currículo escolar português não tem um papel central". Mas este é um aspecto que me parece saudável e até aconselhável, para que, como se costuma dizer “se reforcem as baterias”. A proposta desta instituição britânica aconselha a redução d as férias de Verão para apenas quatro semanas, distribuindo o resto do tempo de forma mais equilibrada ao longo do ano. Claro que quem faz uma proposta destas não percebe do que está a falar. Em que altura fazem os alunos os exames e as provas de acesso à universidade? Quando se fazem as reuniões de preparação do ano lectivo seguinte? Além disso, “uma solução que Joaquim Sarmento considera difícil de aplicar em Portugal, sobretudo devido às características do clima. "Com o calor, a partir de meados de Junho, é muito difícil manter as condições de aprendizagem", assegura. E com o actual calendário escolar, Sarmento acredita que uma maior distribuição do tempo de férias traria problemas às famílias, "porque a vida não está organizada para terem as crianças em casa nessas alturas".”
Questiono-me sempre porque é que na educação se parte sempre dos princípios errados para resolver “problemas” que surgem? Partamos do princípio que é verdade o que este estudo traz a lume. É á escola que cabe resolver estes problemas com prejuízos evidentes para os alunos, famílias e professores, ou à sociedade, ao Ministério da Educação e da Segurança Social, autarquias e famílias que o devem fazer? As crianças precisam cada vez mais da família, de estreitar os laços que se perdem durante o ano com a azáfama do trabalho, precisam de aprender com a família. E a responsabilidade das instituições deste País em encontrar soluções para as tais famílias de meios desfavorecidos? Para estas, que nem férias têm, provavelmente a melhor solução seria nem “fechar” a escola. Faça-se um exame de consciência, e assuma-se de uma vez por todas as responsabilidades de cada um. A escola não é um depósito e muito menos consegue resolver todos os problemas, que são cada vez mais, das nossas crianças e jovens.
a)Os comportamentos anti-sociais dos jovens aumentam e os conhecimentos perdem-se durante as férias de Verão
b) As férias escolares do Básico e do Secundário são demasiado longas
c) Os jovens, em especial os de famílias mais pobres, têm demasiado tempo livre e muito pouco em que o ocupar. Um dos estudos citados revela que 80% das crianças de meios desfavorecidos afirmaram não ter nada para fazer fora da escola.
d)As férias longas podem levar os alunos a perderem competências adquiridas durante o ano lectivo, sendo que "nos piores casos estas perdas foram equivalentes a um mês de tempo escolar". Estas são mais acentuadas na matemática e ortografia e menos notórias na leitura. Também neste aspecto, os jovens de classes mais desfavorecidas são os que mais sofrem.
Ora bem, todos sabemos que as férias nos trazem algum distanciamento, e ainda bem, do trabalho que por rotina fazemos ao longo do ano. Será que alguém está convencido que durante o tempo lectivo não acontecem exactamente as questões levantadas neste estudo? Perguntem aos alunos, às pessoas em geral, no final do ano lectivo se sabem as matérias do início do ano e verão os resultados. A aprendizagem não é um saco infinito e sem fundo, está-se sempre a perder a ganhar novos conhecimentos e competências. "As perdas são reais", reconheceu Joaquim Sarmento, ao JN, acrescentando que, no entanto, se "resumem a um núcleo de competências mais ligado à memória, algo que no currículo escolar português não tem um papel central". Mas este é um aspecto que me parece saudável e até aconselhável, para que, como se costuma dizer “se reforcem as baterias”. A proposta desta instituição britânica aconselha a redução d as férias de Verão para apenas quatro semanas, distribuindo o resto do tempo de forma mais equilibrada ao longo do ano. Claro que quem faz uma proposta destas não percebe do que está a falar. Em que altura fazem os alunos os exames e as provas de acesso à universidade? Quando se fazem as reuniões de preparação do ano lectivo seguinte? Além disso, “uma solução que Joaquim Sarmento considera difícil de aplicar em Portugal, sobretudo devido às características do clima. "Com o calor, a partir de meados de Junho, é muito difícil manter as condições de aprendizagem", assegura. E com o actual calendário escolar, Sarmento acredita que uma maior distribuição do tempo de férias traria problemas às famílias, "porque a vida não está organizada para terem as crianças em casa nessas alturas".”
Questiono-me sempre porque é que na educação se parte sempre dos princípios errados para resolver “problemas” que surgem? Partamos do princípio que é verdade o que este estudo traz a lume. É á escola que cabe resolver estes problemas com prejuízos evidentes para os alunos, famílias e professores, ou à sociedade, ao Ministério da Educação e da Segurança Social, autarquias e famílias que o devem fazer? As crianças precisam cada vez mais da família, de estreitar os laços que se perdem durante o ano com a azáfama do trabalho, precisam de aprender com a família. E a responsabilidade das instituições deste País em encontrar soluções para as tais famílias de meios desfavorecidos? Para estas, que nem férias têm, provavelmente a melhor solução seria nem “fechar” a escola. Faça-se um exame de consciência, e assuma-se de uma vez por todas as responsabilidades de cada um. A escola não é um depósito e muito menos consegue resolver todos os problemas, que são cada vez mais, das nossas crianças e jovens.
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