sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Pelo direito à saúde




Um ano depois do encerramento da «urgência» decretado pelo então ministro da Saúde, Correia de Campos, e dezenas de acções de protesto volvidas, o Hospital de Anadia está actualmente requalificado, sem protocolo assinado com a Câmara.
O presidente da autarquia, Litério Marques, que há um ano assumiu «por dever cívico» a contestação popular, afirma-se receptivo a «assinar um protocolo que defenda os interesses dos anadienses», sem explicitar o que isso seja.
José Paixão, que desde então deu rosto ao descontentamento das populações, organizado no denominado movimento «Unidos pela Saúde», está contra e garante que, se houver protocolo, pelo menos a sua voz se fará ouvir, em ano de eleições.
«Onde o protocolo foi assinado, como em Cantanhede e Estarreja, está por cumprir, enquanto os melhoramentos têm chegado ao Hospital de Anadia, sem protocolo nenhum», justifica.
O esforço na requalificação do Hospital José Luciano de Castro é reconhecido pelo líder do movimento, bem como a qualidade do serviço da consulta aberta, que substituiu a «urgência», o que contribui para que a contestação se vá esbatendo.
Se juntarmos a esta noticia os dados recentemente revelados e que nos dão contam que os portugueses continuam a recorrer muito aos serviços de urgência dos hospitais, mas os centros de saúde fazem cada vez menos atendimentos não programados. Em 2007, enquanto as urgências hospitalares voltaram a aumentar, ainda que a um ritmo moderado, o número de consultas em Serviços de Atendimento Permanente (SAP) dos centros de saúde diminuiu perto de 11 por cento em comparação com 2006. Ficamos plenamente convencidos que as medidas que o governo implementou e pensa implementar na área da saúde, para além de prejudicarem gravemente a população são um autêntico fiasco em termos de gestão.

Em Cantanhede a diminuição da qualidade em termos de saúde é notória apesar das tentativas dos responsáveis pela área. Correias de transmissão do partido, baralham os números de forma a tentar fazer crer que os serviços funcionam.

A negociata PS/ PSD para além de criar constantes confusões nos acessos aos serviços de saúde, não é uma verdadeira urgência, limitando-se os serviços a meras consultas e muito ou a totalidade do que antes era resolvido no Hospital de Cantanhede encaminhado para Coimbra.
As compensações que PSD e PS traziam na cartola para desmobilizar a revolta popular que se avizinhava, tardam em ser implementadas, pois este governo e os políticos do sistema, muito prometem mas pouco cumprem.

O surto de gripe que tivemos nos últimos dias veio provar as debilidades do serviço de saúde português. As horas de espera foram enormes, os serviços entupiram e só por passes de magica se podem fazer declarações como as proferidas pelo Director do Centro de Saúde Cantanhede, felizmente não estive no Centro nos últimos dias, mas azar o meu sempre que lá me dirijo o tempo de espera, nunca é de meia hora mas sim de uma hora ou mais, mas a febre que acompanhou o surto de gripe baralhou as contas e fez com que em declarações ao Diário de Coimbra, o director tenha dito que o serviço de consulta aberta ainda não «entupiu», mas o tempo de espera dos doentes chega a ser «entre 1h30 e 2h00», enquanto que em situações, ditas normais, é de meia hora por cada utente. Enfim, palavras para quê!

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