terça-feira, 4 de novembro de 2008

Avaliação SIM

Eu sei que não existe esse justiça que gostariamos todos que houvesse, mas a verdade é que não conheço em nenhuma outra profissão onde os profissionais exercam as mesmas funções e tenham titularidades diferentes. Vejamos: há enfermeiros e enfermeiros titulares? há engenheiros e engenheiros titulares? há médicos e médicos titulares? etc,etc? não! O que existe são chefes, coordenadores, dirigentes etc. E num universo de 100 professores qual é a cota (razoável)que define o mérito ou o desempenho dos professores? Só existe uma... economicismo e não a pedogogia.E caros amigos com todo o respeito, hoje parece que toda a gente pode falar com autoridade sobre educação. Ao fim destes anos todos, eu que sou profissional de educação, continuo a aprender, a duvidar, a experimentar.É que a educação é muito mais que uma opinião, é uma ciência complexa e sempre em evolução porque depende de factores vários, de contextos diversos e o que é verdade no norte não se aplica no sul.O que é verdade numa turma ,não tem sentido noutra. O que resolve o problema de um aluno não produz efeito no que está sentado na carteira do lado.A justiça, faço-a a todos os professores que tive e me abriram caminhos para a vida... aos médicos pago para me tratarem, aos arquitectos pago para me desenharem a casa,etc, etc. Aos meus professores (serão sempre os meus professores) tenho o respeito e agradecimento por me permitirem um caminho!
Todos a caminho de Lisboa.

7 comentários:

Manel disse...

A princípio estranha e depois habitua.
Caro José Vieira:
Não existe Justiça debaixo do céu, nem por cima dele.
Assim, ou se aceita uma qualquer avaliação mais ou menos injusta, ou não, e todos são iguais
perante o deus da carreira que a todos levará ao topo.
Este meu raciocínio tem deformação profissional notória.
Um abraço
Manel

José Vieira disse...

Eu sei que não existe esse justiça que gostariamos todos que houvesse, mas a verdade é que não conheço em nenhuma outra profissão onde os profissionais exercam as mesmas funções e tenham titularidades diferentes. Vejamos: há enfermeiros e enfermeiros titulares? há engenheiros e engenheiros titulares? há médicos e médicos titulares? etc,etc? não! O que existe são chefes, coordenadores, dirigentes etc. E num universo de 100 professores qual é a cota (razoável)que define o mérito ou o desempenho dos professores? Só existe uma... economicismo e não a pedogogia.E caro Manel com todo o respeito, hoje parece que toda a gente pode falar com autoridade sobre educação. Ao fim destes anos todos, eu que sou profissional de educação, continuo a aprender, a duvidar, a experimentar.É que a educação é muito mais que uma opinião, é uma ciência complexa e sempre em evolução porque depende de factores vários, de contextos diversos e o que é verdade no norte não se aplica no sul.O que é verdade numa turma ,não tem sentido noutra. O que resolve o problema de um aluno não produz efeito no que está sentado na carteira do lado.
A justiça, faço-a a todos os professores que tive e me abriram caminhos para a vida... aos médicos pago para me tratarem, aos arquitectos pago para me desenharem a casa,etc, etc. Aos meus professores tenho de respeitar e agradecer por me permitirem um caminho!

Manel disse...

caro José Vieira,
Quero aqui fazer uma separação
entre educação, instrução e formação.
Foram 30 anos de crescimento descontrolado do negócio da Educação. Chamo negócio, pois foi um regabofe de licenciaturas de coisa nenhuma em universidades que só serviram para formar pessoas sem saída profissional e alguns meter dinheiros aos bolsos.
Tudo começou errado com o fim das Escolas Técnicas e neste momento quem formam os técnicos são as empresas.
Pior, a geração dos pais que têm filhos na escola, são da geração do facilitismo e não dão educação aos filhos, assim como alguns dos professores.
Agora toda a gente deve falar sobre educação, ensino e formação, porque o que hoje é válido amanhã deixará de o ser, pois o amanhã mudará qualquer coisa.
E a autoridade que qualquer cidadão tem para falar sobre a dita Educação é a mesma que tem para falar sobre a Democracia, por exemplo.
Uma coisa é o complexo e outra coisa é o complicado. Assim, para simplificar a primeira, pois fujos da segunda, pergunto: numa relação fornecedor/cliente, quem o o cliente da Escola?

Manel disse...

A pergunta correcta.
Quém é o cliente da Escola?

José Vieira disse...

Claro que sem esforço nada se faz... e o facilitismo veio com a ideia do oásis, do capitalismo que tudo possibilita e tudo permite. Mas um dos erros maiores é considerar por causa desse capitalismo que tudo se resume ao deve e haver ou seja à lógica do mercado.E essa lógica não se aplica às crianças, aos estudantes. Por isso a pergunta dever ser antes "quem são os utentes?" A escola está a ser pensada em termos de empresa e é esse o erro do sistema. Na escola nada se perde, tudo se pode ganhar... no futuro.O estado ganha se formar cidadãos não se gastar com os cidadãos. Tenho a certeza absoluta, e isto é a minha tese, que um cidadão bem formado gasta menos aos estado que um mal formado.
Um abraço amigo Manel.

José Vieira disse...

Queria dizer:
Tenho a certeza absoluta, e isto é a minha tese, que um cidadão bem formado gasta menos ao estado que um cidadão mal formado.
Um abraço amigo Manel.

Manel disse...

A pergunta correcta é mesmo "quem é o cliente"!

Passo a explicar:
- temos um processo de Ensino ou Educação, sendo esta última da maior responsabilidade dos pais e especialmente das mães.
- este processo tem uma gama de procedimentos vários e complexos em que o processo qualitativo e produtivo total aplicado a todos os interventores (clientes) internos externos .
- o cliente final é o cidadão, sendo o produto da Escola o aluno, que passa a ser mais um cliente da mesma.
- Sem cliente exigentes de qualidade esta baixa, e assim sucessivamente se degrada.
- Ensinar é só uma das fases do processo, e este processo tem falhas de qualidade desde a entrada da matéria prima até ao cliente final.
- Um processo não é uma fábrica. Tem entradas e saídas e se utilizarem o velho método do Sr. Descartes poderão iniciar a análise do complexo para o simples.
- analizar a qualidade dos imputs e a qualidade dos outputs, terão uma medida. Depois passar à aplicação da melhoria, medir, avaliar. Repensar a melhoria, medir,avaliar............ ad infinitum.

- Pela minha experiência a primeira avaliação é catastrófica. Depois avança-se muito seguido de um acentuado declínio e desânimo.
- Deve-se começar sempre só por um problema que tenha solução mais facilitada em termos de resolução.
- Neste processo, o principal problema está na qualidade da matéria prima. Como é politicamente incorrecto, e talvez errado para a ética e moral vigentes, a classificar numa curva ABC, o imput já está a contaminar todo o processo.
-...
.
. Já estou a ser mauzinho. Não continuo.
Falaremos disto e doutras coisas, quando a minha vida melhorar, em redor de um prato de bacalhau no Escoural.

Um abraço
Manel