sexta-feira, 25 de abril de 2008

26 de Abril Sempre



«Coimbra, 20 de Junho de 1975 Estranha revolução esta, que desilude e humilha quem sempre ardentemente a desejou. A mais imunda vasa humana a vir à tona, as invejas mais sórdidas vingadas, o lugar imerecido e cobiçado tomado de assalto, a retórica balofa a fazer de inteligência. Mas teimo em crer que apesar de tudo valeu a pena. Assistir ao descalabro. Pelo menos não morro iludido, como os que partiram na véspera do terramoto.» Miguel Torga in Diário XII, 3ª edição revista. #

O grande capital vive dias felizes a mão-de-obra barata a exploração desenfreada não param de crescer, Se a montanha não vem a Maomé, Maomé vai à montanha. Melhor dizendo se o fluxo de imigrantes não chega, deslocaliza-se a empresa, com a vista grossa dos governos, com o folclore mediático dos sindicatos e com os trabalhadores ainda mais na miséria. Até os empresários portugueses já perceberam a manobra. A AEROSOLES (empresa de calçado) que em 2004/2005 tinha encerrado a sua unidade fabril em Portugal, para ir explorar os trabalhadores romenos, agora também vai dar o golpe lá na Europa de leste e deslocalizar definitivamente para a Índia.
Em vésperas do dia da liberdade a noticia pode servir de mote.
Os políticos do sistema e toda a camarilha que tem feito fortuna graças ao termino da longa noite fascista, juntamente com os traidores dos sindicatos podem dar-se por felizes e entre um charuto cubano e um JIM BEAM (para serem politicamente correctos), gritar bem alto 25 de Abril sempre!
Eu pertenço à geração que viu nascer o 25 de Abril, se alguma esperança nasceu dentro de mim desapareceu rapidamente, pois os que gritavam “Presos políticos nunca mais” faziam parte da ideologia que mais presos políticos tinha feito no mundo até ao momento e não tardaram a encher as prisões de Abril, ainda com mais gente do que a que tinha saído.
Depois os novos libertadores, bem depressa nos mostraram o seu conceito de liberdade. Miséria e fome em contraste com grandes fortunas, algumas muitas de proveniência duvidosa, insegurança, ensino para os rankings, listas de espera nos hospitais, desemprego; enfim, enquanto meia dúzia de famílias vêem as suas mais valias aumentarem exponencialmente, é cada vez maior o numero dos que vivem na miséria. Os políticos do sistema sequiosos de algumas migalhas que o capital lhes deita, fazem o seu jogo alegremente cantando Grândola Vila Morena.
Para mim amanhã será um dia como todos os outros, para este peditório já dei, vou lutar com todas as forças pela Revolução do 26 de Abril, porque Pátria e Socialismo.

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