segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Apita o comboio

Quatro anos depois da apresentação das orientações estratégicas para o sector ferroviário, a Refer atingiu os mínimos em investimento na rede e mantém linhas sem automotoras.
As linhas do Tâmega, do Corgo e do Tua, e os troços Guarda-Covilhã e Figueira da Foz-Pampilhosa, estão fechados e não se sabe ao certo quando reabrirão. Isto porque, em alguns casos, nem sequer há projecto para avançar com as obras.
Se nas outras linhas ainda se vê algum “movimento” na Linha Figueira da Foz, Cantanhede, Pampilhosa, não se sabe quando o comboio voltará a apitar pese embora, que para substituir as automotoras na linha, a Refer paga 13.680 euros por mês a uma empresa rodoviária. O contrato termina em Março, mas deverá ser prorrogado, pois esta é a linha mais "esquecida" de todas, não havendo sequer projecto de modernização.
Perante este cenário, não vemos da parte dos autarcas das zonas servidas pela linha qualquer reacção. Quem cala consente, pelo que tememos que o encerramento da linha passe de provisório a definitivo.
Face a apatia daqueles que deviam em primeira instância, lutar pela reabertura e modernização da linha, cabe aos cidadãos tomar nas suas mãos a luta que eles não querem travar.
Os transportes públicos não são um negócio e como tal toda a região merece ter comboios modernos, com horários compatíveis e a preços económicos.
Da nossa parte toda a disponibilidade para integrar um grupo de cidadãos que tome na sua mão esta e outras lutas, que sejam mais valias para a região. juntos vamos conseguir que o comboio volte novamente a apitar.

1 comentário:

Carlos Rebola disse...

Caro Vítor

Tomemos o bom exemplo dos nossos vizinhos espanhóis que estão a requalificar a rede ferroviária secundária para o turismo. Nós por cá temos troços como os aqui referidos cujo percurso têm uma enorme aptidão turística, só as estações, algumas autênticas obras de arte, hoje vergonhosamente abandonadas e degradadas merecem uma viagem nesses comboios e automotoras, também elas próprias peças raras dignas de aproveitamento turístico e não só se circularem ainda servem muita gente que necessita de se deslocar.

A linha da Figueira da Foz - Pampilhosa foi construída com objectivos turísticos, ligar as pessoas do interior, Beiras ao litoral, uma visão que poderia ser retomada e adaptada aos tempos de hoje, será que se estão a perder estas visões de sustentabilidade da qualidade de vida dos cidadãos?

Um abraço
Carlos Rebola