domingo, 22 de março de 2009

Os Novos Pobres



2009-03-10


A crise quando chega toca a todos, e eu já não sei se hei-de ter pena dos milhares de homens e mulheres que, por esse país, fora, todos os dias ficam sem emprego se dos infelizes gestores do BCP que, por iniciativa de alguns accionistas, poderão vir a ter o seu ganha-pão drasticamente reduzido em 50%, ou mesmo a ver extintos os por assim dizer postos de trabalho. A triste notícia vem no DN: o presidente do Conselho Geral e de Supervisão daquele banco arrisca-se a deixar de cobrar 90 000 euros por cada reunião a que se digna estar presente e passar a receber só 45 000; por sua vez, o vice-presidente, que ganha 290 000 anuais, poderá ter que contentar-se com 145 000; e os nove vogais verão o seu salário de miséria (150 000 euros, fora as alcavalas) reduzido a 25% do do presidente. Ou seja, o BCP prepara-se para gerar 11 novos pobres, atirando ainda para o desemprego com um número indeterminado de membros do seu distinto Conselho Superior. Aconselha a prudência que o Banco Alimentar contra a Fome comece a reforçar os "stocks" de caviar e Veuve Clicquot, pois esta gente está habituada a comer bem.


Manuel António Pina

1 comentário:

Carlos Rebola disse...

O "Capitalismo Selvagem" ou a prática desumana do "Neo-liberalismo" e os seus produtos da abundância "Pobres Ricos" poucos mas com quase tudo e os "pobres-pobres" muitos sem nada, só com uma pequena esperança, de, entre as sobras vomitadas pelo "sistema", encontrarem umas migalhas para manterem uma triste sobrevivência.
Não deveria haver contemplações para aqueles que bem nutridos, bem vestidos e engravatados, falsa imagem de pessoas de bem. Pois andam a matar pessoas e ainda são apoiados e engordados com o sangue e o trabalho, dos contribuintes honestos.

Um abraço
Carlos Rebola