«EDUCATION AT A GLANCE 2006»
São 449 páginas de notas e estatísticas sobre variados aspectos ligados à educação de mais de 27 países dos cinco continentes. A PÁGINA da Educação leu o relatório e destaca alguns dados para análise. Quanto gastam os governos na educação de um aluno por ano, do pré-escolar ao ensino superior? Quem são os alunos que passam mais tempo na escola? Que percentagem de alunos abandona a escola após a conclusão do ensino básico? Em início de carreira e após 15 anos de serviço, qual o salário de um professores? E quantos alunos tem um professor por turma? Estas são algumas das questões para as quais procuramos resposta no “Education at a Glance 2006” [Panorama Educativo 2006]. A versão integral do relatório está disponível para consulta no site www.oecd.org da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).
Na escola após o ensino obrigatório
Muitos factores influenciam a decisão de continuar a estudar para além do ensino obrigatório. A falta de qualificações é apontada como uma das causas do desemprego e da exclusão social dos jovens. Apesar da importância da qualificação a verdade é que, nos últimos anos, o abandono do ensino secundário tem vindo a crescer em muitos países, segundo os dados fornecidos pelo relatório da OCDE.A idade em que termina a frequência obrigatória do ensino varia entre os 14 anos, na Coreia do Sul, Turquia e em países parceiros da OCDE como o Brasil e Chile, e os 18 anos na Bélgica, Alemanha e Holanda. Os restantes países posicionam-se entre estes dois extremos, com os alunos a poderem deixar a escola aos 15 ou 16 anos. Apesar da taxa de permanência na escola tender a ser alta até ao fim do ensino obrigatório entre os países da OCDE, na Alemanha, México, Holanda, Nova Zelândia, Turquia, Estados Unidos e Federação Russa [parceiro da OCDE] mais de 10 por cento dos alunos abandona a escola antes de atingirem a idade legal para o poderem fazer. Este abandono pode provocar mais ou menos preocupações em função da escolaridade obrigatória de cada pais. Sendo sempre preocupante, é mais preocupante nos países em que a idade legal é mais baixa do que naqueles em que é mais alta. Assim, é de ter em conta que a idade legal de abandono é de 18 anos para os alunos alemães e holandeses e de 17 [em média] para os americanos. Na verdade, segundo os dados do relatório da OCDE, a maior taxa de abandono do sistema educativo não ocorre no fim do ensino obrigatório [em geral], mas sim no do ensino secundário. Com 16 anos, 91 por cento dos alunos ainda permanece no sistema de ensino. Depois dessa idade as taxas de permanência começam a descer: alunos com 17 anos (82%), com 18 anos (53%) e 19 anos (28%). Países como a Bélgica, República Checa, Finlândia, Alemanha, Japão, Coreia do Sul, Noruega, Polónia e Suécia, são menos afectados pelo fenómeno do abandono escolar mais precoce.
Frequência do ensino superior
Tal como acontece em relação ao ensino secundário, a empregabilidade aparece, no relatório da OCDE, associada à participação dos alunos no ensino superior. Mas o acesso a este nível de ensino continua a ser, na maioria dos países bastante condicionado pelo número de vagas disponíveis. Por outro lado, as taxas de abandono e insucesso no ensino superior parecem estar, muitas vezes, relacionadas com a duração dos cursos.No que diz respeito ao abandono, o relatório “Education at a Glance”, revela que em Portugal, onde a duração dos cursos continua a oscilar entre os quatro a cinco anos, apenas 68 por cento dos alunos que ingressam no ensino superior o concluem. Um valor situado abaixo da média dos países da OCDE, que é de 70 por cento.Na Austrália, Bélgica, Dinamarca, Finlândia, Grécia, Islândia, Coreia do Sul, Nova Zelândia, Noruega, Polónia, Espanha, Suécia e Estados Unidos, os estudos superiores têm a duração média de três anos ou mais. Pelo contrário, no México, Eslováquia e Turquia os cursos normalmente duram menos de dois anos.Entre os países que mais alunos tiveram a ingressar no ensino superior em 2004 contam-se: Nova Zelândia (90%), Suécia e Islândia (80%), Finlândia (75%) e Polónia (70%). Países como a Alemanha, Áustria e Suíça apresentam percentagens que não alcançam os 40 por cento. De modo geral, comparativamente à percentagem de alunos que ingressou no ensino superior em 2000, todos os 27 países membros da OCDE sofreram um aumento do número de admissões, à excepção da Espanha que viu essa percentagem descer cerca de 3 por cento. No que toca a Portugal, o relatório não dispõe de dados sobre este parâmetro.Assumindo que as actuais taxas de ingresso permanecem as mesmas, o relatório “Education at Glance”, prevê que no futuro 53 por cento dos jovens dos países da OCDE (52% na Europa dos 19) possam vir a frequentar o ensino universitário durante as suas vidas, 16 por cento frequentará o ensino politécnico.
fONTE: A PÁGINA
Sem comentários:
Enviar um comentário