Fonte:Diário de Coimbra
Escrito por José Carlos Silva
CANTANHEDE
Associação de Pais da EB2 demite-se em bloco após reunião na DREC
Já lá vão mais de dez anos que a Associação de Pais e Encarregados de Educação (APEE) da EB2 de Cantanhede anda a bater a todas as portas para evitar a degradação do complexo escolar. A falta de respostas às promessas da tutela (Ministério da Educação/Direcção Regional de Educação do Centro) levou, aliás, esta associação e os pais dos alunos a fazerem uma manifestação à porta da escola no passado dia 21 de Abril (ver reportagem do DC de 22 de Abril), na qual chamaram a atenção para o estado de degradação a que chegou aquela escola, que é frequentada por cerca de 800 alunos.Na ocasião, a direcção da APEE exigiu uma reunião com a directora da DREC (Direcção Regional de Educação do Centro), Helena Libório, que veio a ocorrer no passado dia 28 de Abril. A delegação da associação de pais foi recebida por Helena Libório, porém, da referida reunião «não se obteve qualquer resultado prático para a concretização das nossas preocupações», refere um comunicado da APEE enviado à nossa Redacção, assinado pela presidente Alda Cristina Leça, mas apenas a preocupação da directora da DREC, que se mostrou conhecedora da situação da EB2 de Cantanhede e preocupada na resolução do problema.«É manifesta a indefinição da tutela quanto ao futuro e enquadramento da EB2 de Cantanhede, continuando a não estar definido o tipo de intervenção e data para a realização de obras», refere a nota da APEE.Perante a indignação de todos os elementos da associação de pais, esta, em reunião, deliberou a demissão em bloco de todos os órgãos onde os pais se fazem representar nos 2.o e 3.o ciclos, designadamente o Conselho Geral, Conselho Pedagógico e Agrupamento de Escolas de Cantanhede.«Somos obrigados a tomar esta posição, bem como outras acções que se seguirão, perante a indiferença com que o Ministério da Educação tem tratado este assunto», lê-se no documento. Mesmo assim, os demissionários dizem ser seu dever «continuar a sensibilizar e a pressionar os órgãos da tutela pela ausência de soluções concretas para uma realidade em que vivem os nossos filhos». Por isso garantem continuar empenhados em manter um diálogo com a tutela e prosseguir com outros contactos «a fim de dar a conhecer esta realidade».A direcção da APEE, agora demissionária, pretende levar a cabo outras iniciativas dando especial ênfase a visitas à escola de todas as entidades que manifestem esse interesse – como foi o caso da recente visita efectuada por um grupo de deputados da Assembleia da República eleitos pelo círculo de Coimbra - «para verem a degradação da EB2 de Cantanhede e as condições paupérrimas a que são sujeitos alunos e professores».Imenso rol de queixasDepois de 10 anos de inúmeras diligências e reuniões a diferentes níveis, os responsáveis da APEE da EB2 de Cantanhede esperavam ouvir de Helena Libório a garantia de que seria, finalmente, edificada uma escola nova para os 2.o e 3.o ciclos de Cantanhede e fosse definida uma data. Nada!É tempo mais do que suficiente, sobretudo devido ao imenso rol de queixas não só da associação de pais mas de toda a comunidade escolar e docente daquele estabelecimento de ensino.A escola tem placas de amianto, «muitas delas degradadas, infringindo a lei»; o bloco do polivalente «tem infiltrações de água contínua» devido às fissuras no tecto; as salas de aula sem aquecimento «e com temperaturas iguais às do exterior»; o recurso a baldes «para aparar a água que cai do tecto»; as janelas danificadas «que permitem a entrada de água e vento em dias chuvosos»; o piso sem anti-derrapante «onde já ocorreram vários acidentes» este ano lectivo...O rol de queixas é imenso, e segundo Rogério Marques, presidente demissionário da Assembleia-Geral da APEE, a degradação da escola também advém do facto de o complexo escolar ter sido construído em cima de uma lixeira, o que obriga a efectuar várias desinfestações para pôr fim aos ratos existentes.«Neste campo estamos, também, perante uma situação grave de saúde pública, cuja comunidade escolar está exposta diariamente», adverte Rogério Marques.
Escrito por José Carlos Silva
CANTANHEDE
Associação de Pais da EB2 demite-se em bloco após reunião na DREC
Já lá vão mais de dez anos que a Associação de Pais e Encarregados de Educação (APEE) da EB2 de Cantanhede anda a bater a todas as portas para evitar a degradação do complexo escolar. A falta de respostas às promessas da tutela (Ministério da Educação/Direcção Regional de Educação do Centro) levou, aliás, esta associação e os pais dos alunos a fazerem uma manifestação à porta da escola no passado dia 21 de Abril (ver reportagem do DC de 22 de Abril), na qual chamaram a atenção para o estado de degradação a que chegou aquela escola, que é frequentada por cerca de 800 alunos.Na ocasião, a direcção da APEE exigiu uma reunião com a directora da DREC (Direcção Regional de Educação do Centro), Helena Libório, que veio a ocorrer no passado dia 28 de Abril. A delegação da associação de pais foi recebida por Helena Libório, porém, da referida reunião «não se obteve qualquer resultado prático para a concretização das nossas preocupações», refere um comunicado da APEE enviado à nossa Redacção, assinado pela presidente Alda Cristina Leça, mas apenas a preocupação da directora da DREC, que se mostrou conhecedora da situação da EB2 de Cantanhede e preocupada na resolução do problema.«É manifesta a indefinição da tutela quanto ao futuro e enquadramento da EB2 de Cantanhede, continuando a não estar definido o tipo de intervenção e data para a realização de obras», refere a nota da APEE.Perante a indignação de todos os elementos da associação de pais, esta, em reunião, deliberou a demissão em bloco de todos os órgãos onde os pais se fazem representar nos 2.o e 3.o ciclos, designadamente o Conselho Geral, Conselho Pedagógico e Agrupamento de Escolas de Cantanhede.«Somos obrigados a tomar esta posição, bem como outras acções que se seguirão, perante a indiferença com que o Ministério da Educação tem tratado este assunto», lê-se no documento. Mesmo assim, os demissionários dizem ser seu dever «continuar a sensibilizar e a pressionar os órgãos da tutela pela ausência de soluções concretas para uma realidade em que vivem os nossos filhos». Por isso garantem continuar empenhados em manter um diálogo com a tutela e prosseguir com outros contactos «a fim de dar a conhecer esta realidade».A direcção da APEE, agora demissionária, pretende levar a cabo outras iniciativas dando especial ênfase a visitas à escola de todas as entidades que manifestem esse interesse – como foi o caso da recente visita efectuada por um grupo de deputados da Assembleia da República eleitos pelo círculo de Coimbra - «para verem a degradação da EB2 de Cantanhede e as condições paupérrimas a que são sujeitos alunos e professores».Imenso rol de queixasDepois de 10 anos de inúmeras diligências e reuniões a diferentes níveis, os responsáveis da APEE da EB2 de Cantanhede esperavam ouvir de Helena Libório a garantia de que seria, finalmente, edificada uma escola nova para os 2.o e 3.o ciclos de Cantanhede e fosse definida uma data. Nada!É tempo mais do que suficiente, sobretudo devido ao imenso rol de queixas não só da associação de pais mas de toda a comunidade escolar e docente daquele estabelecimento de ensino.A escola tem placas de amianto, «muitas delas degradadas, infringindo a lei»; o bloco do polivalente «tem infiltrações de água contínua» devido às fissuras no tecto; as salas de aula sem aquecimento «e com temperaturas iguais às do exterior»; o recurso a baldes «para aparar a água que cai do tecto»; as janelas danificadas «que permitem a entrada de água e vento em dias chuvosos»; o piso sem anti-derrapante «onde já ocorreram vários acidentes» este ano lectivo...O rol de queixas é imenso, e segundo Rogério Marques, presidente demissionário da Assembleia-Geral da APEE, a degradação da escola também advém do facto de o complexo escolar ter sido construído em cima de uma lixeira, o que obriga a efectuar várias desinfestações para pôr fim aos ratos existentes.«Neste campo estamos, também, perante uma situação grave de saúde pública, cuja comunidade escolar está exposta diariamente», adverte Rogério Marques.
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