As principais conclusões de uma tese de doutoramento, e que foi coordenada, entre outros, pela investigadora portuguesa Ana Maria Tomás Almeida, da Universidade do Minho refere que a maioria dos adolescentes acha que o bullying em contexto escolar "sempre existiu e continuará a existir" e encaram com "pessimismo e resignação" o fenómeno, o que torna difícil uma intervenção eficaz e deixa pouca esperança à sua erradicação. Os autores pensam que "As soluções poderão passar por uma maior supervisão dos espaços que, se acontece com relativa eficácia nos 1.º e 2.º ciclos, no 3º ciclo, que corresponde ao pico da ocorrência deste fenómeno, na generalidade, praticamente não existe, por outro lado há que apostar numa rígida regulamentação nas escolas, consciencializar os pais de que existe um regulamento disciplinar que deve ser respeitado e que deve ser transmitido aos alunos".
Ora, isto deve ser um alerta para os responsáveis do Ministério da Educação, que devem olhar para o défice de funcionários existentes nas escolas. Sem estes agentes que podem prevenir, evitar e denunciar muitos casos de bullying, pouco ou nada podem fazer os regulamentos das escolas. Consciencializar e penalizar os pais que têm na escola um depósito para os seus educandos também deve ser assunto de reflexão.
O estudo diz ainda que "O questionário aplicado aos jovens revela que as vítimas de bullying são descritos como pessoas passivas, socialmente incompetentes, ansiosas, depressivas e inseguras; por outro lado, os agressores, são vistos como fortes, extrovertidos e alegres, detentores de um poder e confiança que reforçam o seu carácter de liderança dentro do grupo."
Não posso discordar mais desta opinião, pois da experiência que tenho do ensino, o perfil do agressor é a de um aluno forte, mal educado que não sabe e não compreende as normas sociais, que tanto pode ser vítima em casa, como seguidor dos exemplos que observa.
É um problema grave que urge resolver e ter a atenção de todos os elementos da comunidade escolar pois as crianças que são vítimas sofrem e muito com esta situação.
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