quarta-feira, 19 de novembro de 2008
Portugal no topo da desigualdade na distribuição do rendimento
Os números são da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e contrariam o discurso político optimista que caracteriza o actual Governo: Portugal apresenta o terceiro maior índice de desigualdade na distribuição do rendimento entre os 30 países desta organização, a par com os Estados Unidos e apenas atrás do México e da Turquia.
Mas não é apenas em Portugal que a desigualdade cresce. No relatório Crescimento e Desigualdades, a OCDE afirma que o fosso entre ricos e pobres aumentou em todos os países membros nos últimos 20 anos, à excepção da França, Grécia e Espanha, e que nos últimos cinco anos se assistiu ao crescimento da pobreza e da desigualdade em dois terços dos países analisados. Canadá, Alemanha, Noruega e Estados Unidos são os mais afectados. O restante conjunto de países viu as diferenças entre ricos e pobres diminuírem, em particular a Grécia, o México e o Reino Unido, o que, de acordo com os autores do estudo, «prova que não há nada de inevitável nestas mudanças».
Portugal é o país da União Europeia onde há mais desigualdade entre ricos e pobres. Portugal é de longe o país da União Europeia onde os ricos são os mais ricos e os mais pobres são os mais pobres. As 100 maiores fortunas portuguesas representam 25% do Produto Interno Bruto e 20% mais ricos controlam 45,9% do rendimento nacional. Estes dados mostram que Portugal necessita de uma política redistributiva e de encarar de frente o problema da desigualdade. Que política distributiva? Todo o discurso político, da comunicação social e da sociedade civil é em relação ao crescimento económico e à redução do défice público. Desta forma só se abrange 80% dos mais ricos, esquecendo os 20% dos mais pobres. As estatísticas indicam que um em cada cinco portugueses vive no limiar da pobreza. Mas a realidade da pobreza é pior. Porque pobreza não é meramente falta de dinheiro, é também falta de acesso às necessidades que conferem dignidade na vida portuguesa.
É preciso que as actualizações não sejam uniformemente percentuais, mas que aumentam mais para aqueles que ganham pouco e não tanto aqueles que ganham muito. Já era previsível, nós temos em Portugal, poucos que ganham muito e muitos que ganham muito pouco ou nada. É importante corrigir isto, porque não é justo nem moral.
São também necessárias e urgentes de apoio às zonas mais deprimidas do país e uma aposta clara na educação, que não apenas na escolaridade.
É igualmente necessário promover o empreendedorismo e uma intervenção clara no ambiente e nas condições em que muitos dos nossos concidadãos vivem, para alterar a situação de desigualdade no país.
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3 comentários:
Concordo...
Os rendimentos são mal distribuídos, é uma verdade.
Há os chorudos vencimentos da função pública e os miserabilistas salários do sector privado!!!!
Diariamente assistimos a despedimentos - seja qual for o País - no sector privado!
Ainda não ouvi, li ou vi qualquer notícia de despedimento de qualquer funcionário público - já efectivo - em País algum!
Quando Daniel, um belo e promissor jovem advogado, descobriu que
herdaria uma fortuna quando o seu pai morresse, decidiu que era uma
boa altura para encontrar uma mulher que fosse a sua companheira para
a vida fácil que se avizinhava. Assim, numa noite, ele foi até ao bar
da Ordem de Advogados, onde conheceu a advogada mais bonita que jamais
tinha visto.
Sua extraordinária beleza, o porte elegante, o corpo curvilíneo,
deixaram-no sem respiração.
- Eu posso parecer um advogado comum - disse-lhe, enquanto se
aproximava da musa. Mas, dentro de um mês ou dois, o meu pai vai
morrer, e eu herdarei 50 milhões de euros.
Impressionada, a mulher foi para casa com ele naquela noite.
Três dias depois, tornou-se na sua madrasta...
Devemos sempre desconfiar dos advogados, exactamente pelas mesmas
razões que nos levam a contratar advogados.
Lembro aos mais esquecidos que este governo quis aumentar o ordenado mínimo nacional e os patrões (privado) vieram logo berrar que isso não podia ser...
é que ao privado só interessa o lucro mesmo que seja à custa dos outros. Assim é fácil estar no privado.Lembro também aos mais esquecidos que os funcionários públicos quando recebem o seu "ordenadão" já têm os seus descontos (impostos) todos feitos.
Era algo que devia ser seguido por todos os admiráveis privados.Mas não pode ser, não é? Pois é. Outros valores se "alevantam"
PS: o erro é de propósito.
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