Educação. Total das aposentações em 2008 já é de 5060
Só na última quarta-feira - o mesmo dia em que foi noticiado que perto de quatro mil professores já se tinham reformado este ano - foram publicadas em Diário da República mais 1106 aposentações, referentes a novos processos concluídos este mês. O balanço actual, segundo contas enviadas ao DN pelo Sindicato Independente e Democrático dos Professores (Sindep), já vai nas 5060 reformas. E é "cada vez mais previsível" que, até ao final de 2008, tenham duplicado as cerca de 3200 de 2007."Entre a publicação das aposentações e os pedidos há um desfasamento de alguns meses", disse ao DN Carlos Chagas, secretário-geral do Sindep. "Os casos de que estamos a falar referem-se a professores que pediram a reforma no Verão, numa altura em que já começavam a adivinhar o que os esperava", disse."A partir de agora", acrescentou, "estamos convencidos de que os pedidos ainda vão aumentar mais, dado o descontentamento dos professores nas escolas, sobretudo devido à aplicação do novo modelo de avaliação".Segundo o sindicalista, "entre a preparação das avaliações e outras questões, as escolas farão este ano, em média, mais de 90 reuniões. "É natural que muitos professores sintam que já não podem exercer a sua profissão", defendeu. "E os que estão a ir-se embora são precisamente os que poderiam acrescentar alguma coisa com a sua experiência".Ainda de acordo com as contas deste sindicato, 2045 dos 5060 pedidos de reforma foram feitos antecipadamente, implicando perdas de vencimento. Entre os exemplos citados está um professor de Idanha-A--Nova, que acabou por ficar a receber 391,88 euros, e outro que aceitou uma reforma de 90,33 euros, quando "a reforma normal é, em média, de 2000 a 2400 euros por mês"."Vamos acabar a importá-los"Carlos Chagas rejeitou a explicação, dada esta semana pelo secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, de que o aumento de pedidos antecipados esteja relacionado com a passagem da idade da reforma para os 65 anos. "Essa conclusão é uma falácia, já que só em 2014 se vai chegar a esse limite ", sustentou. "Actualmente, para um professor se aposentar sem penalizações bastam 61 anos e seis meses de vida e 33 de serviço"."Este fenómeno é um reflexo das medidas", assegurou. "Aconteceu o mesmo há duas décadas no Reino Unido, com a senhora [Margareth] Thatcher. Acabaram a recrutar professores no estrangeiro. Como o nível de diplomados na Educação que temos hoje, que não cobre nem 1000 lugares por ano, se calhar também vamos acabar a importá-los".
Só na última quarta-feira - o mesmo dia em que foi noticiado que perto de quatro mil professores já se tinham reformado este ano - foram publicadas em Diário da República mais 1106 aposentações, referentes a novos processos concluídos este mês. O balanço actual, segundo contas enviadas ao DN pelo Sindicato Independente e Democrático dos Professores (Sindep), já vai nas 5060 reformas. E é "cada vez mais previsível" que, até ao final de 2008, tenham duplicado as cerca de 3200 de 2007."Entre a publicação das aposentações e os pedidos há um desfasamento de alguns meses", disse ao DN Carlos Chagas, secretário-geral do Sindep. "Os casos de que estamos a falar referem-se a professores que pediram a reforma no Verão, numa altura em que já começavam a adivinhar o que os esperava", disse."A partir de agora", acrescentou, "estamos convencidos de que os pedidos ainda vão aumentar mais, dado o descontentamento dos professores nas escolas, sobretudo devido à aplicação do novo modelo de avaliação".Segundo o sindicalista, "entre a preparação das avaliações e outras questões, as escolas farão este ano, em média, mais de 90 reuniões. "É natural que muitos professores sintam que já não podem exercer a sua profissão", defendeu. "E os que estão a ir-se embora são precisamente os que poderiam acrescentar alguma coisa com a sua experiência".Ainda de acordo com as contas deste sindicato, 2045 dos 5060 pedidos de reforma foram feitos antecipadamente, implicando perdas de vencimento. Entre os exemplos citados está um professor de Idanha-A--Nova, que acabou por ficar a receber 391,88 euros, e outro que aceitou uma reforma de 90,33 euros, quando "a reforma normal é, em média, de 2000 a 2400 euros por mês"."Vamos acabar a importá-los"Carlos Chagas rejeitou a explicação, dada esta semana pelo secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, de que o aumento de pedidos antecipados esteja relacionado com a passagem da idade da reforma para os 65 anos. "Essa conclusão é uma falácia, já que só em 2014 se vai chegar a esse limite ", sustentou. "Actualmente, para um professor se aposentar sem penalizações bastam 61 anos e seis meses de vida e 33 de serviço"."Este fenómeno é um reflexo das medidas", assegurou. "Aconteceu o mesmo há duas décadas no Reino Unido, com a senhora [Margareth] Thatcher. Acabaram a recrutar professores no estrangeiro. Como o nível de diplomados na Educação que temos hoje, que não cobre nem 1000 lugares por ano, se calhar também vamos acabar a importá-los".
Fonte: DN online
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