terça-feira, 18 de maio de 2010

Bruna Real

Foto montagem de José Gouveia


Começo a gostar da macacada deste país. Um país com os problemas que tem, e grandes, anda preocupado com a nudez de uma mulher que é por acaso professora.

Ninguém se rala com o facto de as revistas lá no sítio terem desaparecido das bancas, ninguém fala que estas revistas são para adultos e que os mais novinhos não devem ter acesso a elas, que nos kiosques, à vista de toda a gente e que toda a gente pode desfolhar, estão revistas bem mais ausadas e até pornográficas, que o acesso a este tipo de imagens está à distância do toque de um dedo com a conivência de todos?

É boa professora? Não interessa! Cumpria com competência as suas funções? Não interessa!

Passo a transcrever o seguinte texto do Statu quo

"Diz a Constituição da República Portuguesa, aprovada pela Assembleia Constituinte de Abril de 1976, que recomendo vivamente uma leitura, pelo menos na diagonal, a Maria Gentil Vaz, Vereadora do PSD com o Pelouro da Educação na Câmara Municipal de Mirandela e a José Pires Garcia, o director do Agrupamento de Escolas da Torre de Dona Chama, que “Portugal é uma República soberana, baseada na dignidade da pessoa humana e na vontade popular e empenhada na construção de uma sociedade livre, justa e solidária”. É o artigo primeiro, não deveria ser difícil, pelo menos, ter em conta o simples trinómio republicano “Liberdade, Justiça e Solidariedade”. Já o artigo 42.º fala-nos da “Liberdade de criação cultural”, que consagra o direito de Bruna Real em se expor numa reputada revista erótica, que não tive a felicidade de comprar mas que, pelos vistos, esgotou no mesmo concelho que a quer privar de dar aulas. Dita-nos a lei fundamental da nossa República, que a liberdade, direitos e garantias só podem ser suspensos em casos previstos constitucionalmente. Ora, não sou jurista, mas tenho o mínimo de bom senso para interpretar leis fundamentais e perceber que a cidadã Bruna Real, fora da sua actividade profissional de docente do Ensino Básico, tem o direito de livremente fazer o que lhe der na real gana, como diz o povo, dentro dos trâmites constitucionais, onde se enquadra a Liberdade de criação cultural e não me parece que os seus direitos possam ser privados por uma qualquer emissão de estado de sítio ou de emergência (artigo 18º, 19º e afins), por muitas qualidades físicas e intelectuais que esta possa ter.
Bruna Real tem 3 azares: é uma jovem bonita, por ser professora podemos considerá-la relativamente inteligente, acima da mediania certamente, e vive num país medíocre, onde o conservadorismo pseudo-moralista ainda é reinante, bem ao estilo do julgamento público de uma Maria Madalena portuguesa do século XXI, onde todos “atiram a sua pedra” sem qualquer motivação plausível. Maria Gentil Vaz e José Pires Garcia devem retratar-se quanto antes e devemos todos, sem excepção, encetar uma profunda reflexão quanto aos limites de intromissão do Estado, demais órgãos e de terceiros na esfera das liberdades individuais de cada um de nós. Meus caros, há muito Abril para efectivar, o caminho é longo e sinuoso…"

sexta-feira, 14 de maio de 2010

MOGAV – Mostra de Ouro, Gastronomia e Artesanato de Vilamar



Crise, insegurança e falta de apoio da Câmara de Cantanhede, fazem com que o certame não se realize este ano.
Os benefícios do sistema fazem sentir os seus efeitos perniciosos, tão-somente nos pequenos e médios empresários.
Para o grande capital a crise não existe e segurança e apoios não faltam.
Este sistema embora o negue a sete pés esta refém das grandes empresas.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

As opções deste país


Fonte:Diário de Coimbra
Escrito por José Carlos Silva
CANTANHEDE
Associação de Pais da EB2 demite-se em bloco após reunião na DREC
Já lá vão mais de dez anos que a Associação de Pais e Encarregados de Educação (APEE) da EB2 de Cantanhede anda a bater a todas as portas para evitar a degradação do complexo escolar. A falta de respostas às promessas da tutela (Ministério da Educação/Direcção Regional de Educação do Centro) levou, aliás, esta associação e os pais dos alunos a fazerem uma manifestação à porta da escola no passado dia 21 de Abril (ver reportagem do DC de 22 de Abril), na qual chamaram a atenção para o estado de degradação a que chegou aquela escola, que é frequentada por cerca de 800 alunos.Na ocasião, a direcção da APEE exigiu uma reunião com a directora da DREC (Direcção Regional de Educação do Centro), Helena Libório, que veio a ocorrer no passado dia 28 de Abril. A delegação da associação de pais foi recebida por Helena Libório, porém, da referida reunião «não se obteve qualquer resultado prático para a concretização das nossas preocupações», refere um comunicado da APEE enviado à nossa Redacção, assinado pela presidente Alda Cristina Leça, mas apenas a preocupação da directora da DREC, que se mostrou conhecedora da situação da EB2 de Cantanhede e preocupada na resolução do problema.«É manifesta a indefinição da tutela quanto ao futuro e enquadramento da EB2 de Cantanhede, continuando a não estar definido o tipo de intervenção e data para a realização de obras», refere a nota da APEE.Perante a indignação de todos os elementos da associação de pais, esta, em reunião, deliberou a demissão em bloco de todos os órgãos onde os pais se fazem representar nos 2.o e 3.o ciclos, designadamente o Conselho Geral, Conselho Pedagógico e Agrupamento de Escolas de Cantanhede.«Somos obrigados a tomar esta posição, bem como outras acções que se seguirão, perante a indiferença com que o Ministério da Educação tem tratado este assunto», lê-se no documento. Mesmo assim, os demissionários dizem ser seu dever «continuar a sensibilizar e a pressionar os órgãos da tutela pela ausência de soluções concretas para uma realidade em que vivem os nossos filhos». Por isso garantem continuar empenhados em manter um diálogo com a tutela e prosseguir com outros contactos «a fim de dar a conhecer esta realidade».A direcção da APEE, agora demissionária, pretende levar a cabo outras iniciativas dando especial ênfase a visitas à escola de todas as entidades que manifestem esse interesse – como foi o caso da recente visita efectuada por um grupo de deputados da Assembleia da República eleitos pelo círculo de Coimbra - «para verem a degradação da EB2 de Cantanhede e as condições paupérrimas a que são sujeitos alunos e professores».Imenso rol de queixasDepois de 10 anos de inúmeras diligências e reuniões a diferentes níveis, os responsáveis da APEE da EB2 de Cantanhede esperavam ouvir de Helena Libório a garantia de que seria, finalmente, edificada uma escola nova para os 2.o e 3.o ciclos de Cantanhede e fosse definida uma data. Nada!É tempo mais do que suficiente, sobretudo devido ao imenso rol de queixas não só da associação de pais mas de toda a comunidade escolar e docente daquele estabelecimento de ensino.A escola tem placas de amianto, «muitas delas degradadas, infringindo a lei»; o bloco do polivalente «tem infiltrações de água contínua» devido às fissuras no tecto; as salas de aula sem aquecimento «e com temperaturas iguais às do exterior»; o recurso a baldes «para aparar a água que cai do tecto»; as janelas danificadas «que permitem a entrada de água e vento em dias chuvosos»; o piso sem anti-derrapante «onde já ocorreram vários acidentes» este ano lectivo...O rol de queixas é imenso, e segundo Rogério Marques, presidente demissionário da Assembleia-Geral da APEE, a degradação da escola também advém do facto de o complexo escolar ter sido construído em cima de uma lixeira, o que obriga a efectuar várias desinfestações para pôr fim aos ratos existentes.«Neste campo estamos, também, perante uma situação grave de saúde pública, cuja comunidade escolar está exposta diariamente», adverte Rogério Marques.

AS ESCOLAS DO SISTEMA


Empenhado em mostrar trabalho, mais do que em dar condições para ensinar e pressionado pelo lobby do cimento, o sistema construi ao longo dos anos muitas escolas sem qualidade sem dignidade e inclusive onde abundavam os matérias perigosos para a saúde.
Exemplo desse desnorte é a Escola EB 23 de Cantanhede. O projecto é cópia fiel de uma escola nórdica, onde não faltam até locais para colocar os skis, mas onde falta a comodidade dessas mesmas escolas.
Bem têm lutado pais por uma solução há muito prometida, mas o sistema anda mais ocupado com os TGVs, que em nada vão beneficiar os portugueses, não tendo tempo para meia dúzia de jovens.
Para os portugueses o sistema o governo invoca a crise, para dizer ámen a Bruxelas e fazer um favor a Espanha esbanja dinheiro.
Endurecer a luta é a única solução para serem ouvidos, o sistema treme a cada sinal de descontentamento do povo, porque é sabe que esses sinais são o princípio do fim.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

A propósito da visita do Papa

A sua eminência o Papa honra Portugal com a sua visita. Para os católicos a honra de verem, receberem e homenagearem a mais alta instância da Igreja na terra. Estão no seu pleno direito! O que me desagrada em torno de tudo isto são os feriados e tolerâncias de ponto dados (a alguns, claro, que acabam por ser sempre os mesmos...), independentemente da fé e da religião.
Não me opunha que situações como esta tivessem um tratamento legal equiparado a falta justificada (sem retribuição) a todos os católicos que, justamente, quisessem ver Sua Santidade o Papa. O que me oponho é que esta medida favoreça católicos, ateus, agnósticos e praticantes de outras religiões. Também nunca vi, ao abrigo de princípios constitucionais como a liberdade religiosa e o principio de igualdade, ser tomada medida semelhante aquando da presença de outros lideres religiosos.
Seguidamente, iremos assistir a mais uns quantos amnistiados e siga a festa que tudo é pretexto para se festejar, pouco fazer e perdoar. Portugal não é só um país de brandos costumes, é país que costuma ser brando!

sábado, 1 de maio de 2010

1º de Maio




Em 1886, realizou-se uma manifestação de trabalhadores nas ruas de Chicago nos Estados Unidos da América.
Essa manifestação tinha como finalidade reivindicar a redução da jornada de trabalho para 8 horas diárias e teve a participação de milhares de pessoas. Nesse dia teve início uma greve geral nos EUA. No dia
3 de Maio houve um pequeno levantamento que acabou com uma escaramuça com a polícia e com a morte de alguns manifestantes. No dia seguinte, 4 de Maio, uma nova manifestação foi organizada como protesto pelos acontecimentos dos dias anteriores, tendo terminado com o lançamento de uma bomba por desconhecidos para o meio dos policiais que começavam a dispersar os manifestantes, matando sete agentes. A polícia abriu então fogo sobre a multidão, matando doze pessoas e ferindo dezenas. Estes acontecimentos passaram a ser conhecidos como a Revolta de Haymarket.
Três anos mais tarde, a
20 de Junho de 1889, a segunda Internacional Socialista reunida em Paris decidiu por proposta de Raymond Lavigne convocar anualmente uma manifestação com o objectivo de lutar pelas 8 horas de trabalho diário. A data escolhida foi o 1º de Maio, como homenagem às lutas sindicais de Chicago. Em 1 de Maio de 1891 uma manifestação no norte de França é dispersada pela polícia resultando na morte de dez manifestantes. Esse novo drama serve para reforçar o dia como um dia de luta dos trabalhadores e meses depois a Internacional Socialista de Bruxelas proclama esse dia como dia internacional de reivindicação de condições laborais.
Em
23 de Abril de 1919 o senado francês ratifica o dia de 8 horas e proclama o dia 1 de Maio desse ano dia feriado. Em 1920 a Rússia adopta o 1º de Maio como feriado nacional, e este exemplo é seguido por muitos outros países. Apesar de até hoje os estadunidenses se negarem a reconhecer essa data como sendo o Dia do Trabalhador, em 1890 a luta dos trabalhadores estadunidenses conseguiu que o Congresso aprovasse que a jornada de trabalho fosse reduzida de 16 para 8 horas diárias.


Dia do Trabalhador em Portugal

Em Portugal, só a partir de Maio de 1974 (o ano da revolução do 25 de Abril) é que se voltou a comemorar livremente o Primeiro de Maio e este passou a ser feriado. Durante a ditadura do Estado Novo, a comemoração deste dia era reprimida pela polícia. O Dia Mundial dos Trabalhadores é comemorado por todo o país, sobretudo com manifestações, comícios e festas de carácter reivindicativo, promovidas pela central sindical CGTP-Intersindical (Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses - Intersindical) nas principais cidades de Lisboa e Porto, assim como pela central sindical UGT (União Geral dos Trabalhadores). No Algarve, é costume a população fazer pic-nics e são organizadas algumas festas na região.

Fonte: Wikipédia

Bento XVI

Visita do Papa fecha todas as escolas públicas a 13 de maio, bem como as de Lisboa na tarde de 11 e as do Porto na manhã de 14. Em Fátima, não há aulas a 12 e 13 de maio.
CRÓNICAS DE UM PAÍS LOUCO.

Cantanhede - IV Raid fotográfico nocturno

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Benajmin Zander - Música e Paixão